Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Talita Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-07022022-113235/
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Resumo: |
Introdução: classicamente, comunicações interventriculares (CIVs) com repercussão hemodinâmica são corrigidas pelo tratamento cirúrgico, entretanto as CIVs musculares constituem um grande desafio ao cirurgião devido à localização em meio às trabeculações do ventrículo direito. Por outro lado, o método percutâneo tem maiores taxas de complicações em pacientes de baixo peso pela rigidez do material, acesso vascular limitado e necessidade de estabelecer uma alça arteriovenosa para o implante do dispositivo. A oclusão perventricular de comunicações interventriculares musculares (CIVm) surgiu como uma opção para pacientes de alto risco ou como tratamento complementar em pacientes com defeitos associados, poupando tempo de circulação extracorpórea. No Brasil, o emprego da técnica híbrida ocorre há mais de 10 anos, mas faltam estudos para analisar os resultados imediatos e a longo prazo. Objetivos: avaliar as características clínicas e anatômicas pré-procedimento, indicações de tratamento com a técnica híbrida, complicações no pós-procedimento imediato e parâmetros clínicos e ecocardiográficos no seguimento tardio desta população. Métodos: foi realizado estudo retrospectivo com pacientes submetidos à oclusão perventricular de CIVm em dois centros de cardiologia pediátrica entre 2007 e 2017. Foram criados dois grupos de acordo com a indicação: tratamento primário (onde a correção da CIVm é o objetivo principal) ou tratamento complementar (onde há associação com outros defeitos que também necessitam de tratamento). Foram analisados dados pré, intra e pós-operatórios imediatos e tardios com informações obtidas pelo levantamento do prontuário. Resultados: foram realizados 23 procedimentos em 21 pacientes no período estudado. Na coorte geral, a mediana de idade foi 4,7 meses (22 dias-3,2 anos) e a média de peso foi 5,5±1,9 kg. Quinze pacientes (65,2%) haviam passado por procedimentos prévios e 11 (47,8%) foram encaminhados da unidade de terapia intensiva (UTI). O tratamento primário foi realizado em 10 pacientes, [mediana do diâmetro das CIVm de 8,1 mm (4-17)]. Neste grupo, três pacientes tinham comorbidades importantes e dois, bandagem do tronco pulmonar prévia. O sucesso ocorreu em nove dos 10 casos. Em um paciente houve deslocamento da prótese sendo necessária a correção cirúrgica. Houve um óbito tardio por infecção em neonato com comorbidades. Em 11 pacientes a oclusão da CIVm foi considerada como tratamento complementar, sendo a mediana do diâmetro das CIVm de 7,0 mm (4,5-16) sendo que 10 deles estavam em recuperação pós-operatória na UTI. Sete passaram por procedimentos adicionais concomitantes. O sucesso ocorreu em 10/11 pacientes. Houve um óbito associado ao procedimento, sem complicações nos demais. O tempo de seguimento pós-operatório foi de 4,6 anos (8,5 meses-10,6 anos). Nenhum paciente apresentou shunt residual hemodinamicamente significativo, sintomas cardiovasculares, reintervenção não planejada, arritmias ou óbito. Conclusão: A técnica híbrida de oclusão de CIVm apresenta altas taxas de sucesso em casos bem selecionados. Pacientes com baixo peso, em condição clínica desfavorável para cirurgia ou com cardiopatias complexas associadas são os principais candidatos para a técnica. O procedimento mostra baixo índice de lesões residuais, baixa associação com arritmias, insuficiência valvar ou disfunção ventricular e resultados animadores a médio e longo prazo. |