Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
França, Gabriel Marttin de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-16052024-142427/
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Resumo: |
Historicamente construído sob os preceitos da matriz (cis)heteronormativa, o campo da saúde -em especial a saúde sexual e reprodutiva- atua sob paradigmas em torno da noção de convergência entre corpo, sexo, gênero e desejo. Isso produz diferenças e desigualdades, excluindo as transmasculinidades da possibilidade de assistência integral à saúde. Este estudo, exploratório e qualitativo, utilizou-se da técnica de entrevistas semi-estruturadas realizadas com dois homens trans e um transmasculino. O objetivo foi identificar, no relato dos interlocutores, as principais barreiras no acesso aos serviços de saúde especializados em saúde sexual e reprodutiva, os principais incômodos perante a assistência, e quais as estratégias construídas por eles para a fuga da transfobia institucional e busca por informação e cuidado. Da análise dessas narrativas, surgiram quatro eixos principais de análise: 1- (Cis)heteronormatividade estrutural e as barreiras institucionais no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva; 2- Defasagem e invisibilização: heterossexualidade compulsória e os desafios na atenção à saúde sexual e reprodutiva de homens trans e pessoas transmasculinas; 3- (Auto)Cuidado em redes: resistência à transfobia e as estratégias transmasculinas na busca por autonomia no processo de cuidado; 4- Transfobia obstétrica: a violência no ciclo gravídico-puerperal de um Boyceta. Esses eixos mostram que os efeitos da (cis)heteronormatividade no campo da saúde vulnerabilizam as identidades transmasculinas, seja na produção de barreiras que impedem o acesso aos serviços de saúde ou nos consultórios de atendimento com profissionais pouco habilitados para lidar com as demandas em saúde sexual e reprodutiva desses grupos. Em decorrência disso, as transmasculinidades elaboram estratégias de comunicação e acolhimento em redes para obter informações e orientações coerentes com o seu contexto de vida. Por fim, um eixo de análise que trata da violência obstétrica interseccionada à transfobia aborda o período gravídico-puerperal de um transmasculino como o auge do colapso no campo da saúde sexual e reprodutiva, resultante da gestação deslocada da experiência cisgênera feminina, dando ênfase à necessidade de se repensar os paradigmas que guiam este campo. |