Análise das operações de cross hedge do bezerro e do hedge do boi gordo no mercado futuro da BM&F.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silveira, Rodrigo Lanna Franco da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-09012003-082031/
Resumo: O presente estudo visa analisar as operações de cross hedge dos preços do bezerro na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Para tanto, foram calculados o risco de base destas operações nas semanas de vencimento do contrato futuro de boi gordo, as razões de hedge ótimas e as respectivas efetividades, entre setembro de 1995 e fevereiro de 2001, nas principais praças de comercialização de gado bovino do País - Araçatuba (SP), Bauru/Marília (SP), São José do Rio Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Três Lagoas (MG), Triângulo Mineiro (MG), Campo Grande (MS) e Noroeste do Paraná. Como forma de comparação, as mesmas análises foram realizadas para o hedge do boi gordo. O valor médio da base e o risco de base do hedge do boi gordo e do cross hedge do bezerro foram calculados nas semanas de vencimento dos 58 contratos futuros de boi gordo e análises econométricas foram realizadas. Nesta primeira etapa, foi possível observar os seguintes resultados: i) valor médio e variância da base do bezerro foram superiores à do boi gordo em todas as regiões; ii) o desvio padrão da base do boi gordo foi 80,67% inferior ao desvio padrão do bezerro; iii) o risco de base do boi gordo foi estatisticamente inferior nas regiões que compõem o Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo - IBG, calculado pelo CEPEA/FEALQ; iv) o risco de base do bezerro não apresentou diferenças estatisticamente significativas entre as regiões. Em uma segunda etapa, o estudo buscou analisar as razões ótimas e a efetividade do hedge do boi gordo e do cross hedge do bezerro, conforme a metodologia de Myers & Thompson (1989). Tanto no cross hedge, como também no own hedge, as razões se mostraram elevadas - no primeiro caso esteve entre 37% e 49%, já no segundo variou entre 58% a 63%. Com relação à efetividade, constatou-se que no caso do own hedge, o risco de preço pode ser reduzido em cerca de 50% com a tomada de posição em contratos futuros de boi gordo na proporção de hedge ótima. No entanto, para o cross hedge, a efetividade foi bastante baixa para todas as regiões, de aproximadamente 1,5%. Se por um lado, a proteção contra os riscos de preço do boi gordo ocorre de forma eficiente, por outro lado a proteção contra movimentos adversos nos preços do bezerro possui baixa efetividade. Conclui-se, portanto, que os pecuaristas, os quais utilizam o preço do bezerro e a relação de troca entre boi gordo e bezerro para a decisão de venda do gado, não possuem um instrumento eficiente, nos mercados futuros, de proteção dos preços de sua atividade.