Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Mayra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-07062011-151417/
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Resumo: |
Esta pesquisa trata de analisar parte da obra humorística do compositor Noel Rosa, considerada um dos paradigmas do gênero canção no Brasil. Além de contribuir, juntamente com compositores contemporâneos, para criar o formato da canção popular tal como é conhecido até hoje, Noel Rosa inaugurou um paradigma poético construído em sua singularidade, sobretudo, pelo humor, pela ironia e por traços do discurso coloquial - em que a voz lírica do compositor popular se apresenta invariavelmente em oposição aos valores dominantes, no que concerne ao mundo do trabalho formal, e em conjunção com alguns símbolos do universo do samba. Sob uma perspectiva enunciativa de viés bakhtiniano, que mapeia ideológica e estilisticamente a construção dessa voz, analisam-se as composições cuja temática gira em torno da conduta do sambista. Discursivamente, objetiva-se provar que a obra de Noel Rosa filia-se a um tipo de literatura, produzida na Europa, caracterizada pelo que Luigi Pirandello chamou de humorismo - uma categoria discursiva que soma traços do discurso coloquial a um tipo de humor mais crítico e a um tipo de ironia, inaugurada pelo romantismo europeu, que confronta sistematicamente os valores burgueses. Conclui-se que ao construir esteticamente uma voz na canção, que fala da conduta do compositor popular em oposição a determinados valores dominantes por intermédio do humor e da ironia, a enunciação na obra noelina apontou para um lugar social que começava a surgir naquele momento a profissionalização das pessoas envolvidas na produção da música popular urbana - visto, em geral, com relativo preconceito de classe pela sociedade mais conservadora. |