"...como se fosse máquina": contribuições sociológicas para uma leitura crítica do sentido da administração de pessoas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Moraes, Rodrigo Bombonati de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-28072006-205056/
Resumo: A administração de pessoas pode ser compreendida como uma área do saber, interna às ciências humanas, onde teorias e técnicas são criadas, destruídas e recriadas tendo em vista a reprodução do capital. Com efeito, verifica-se nesta pesquisa que as práticas dos pesquisadores, dos profissionais de recursos humanos e dos agentes pertencentes às entidades e às diversas mídias representativas dessa área sintetizam as produções simbólicas estruturadas histórico-materialmente nesse campo. Nessa perspectiva, observam-se vicissitudes nas relações de trabalho desde o surgimento da Grande Indústria até hoje, havendo a necessidade, inicialmente, da legitimação intelectual do novo sistema de produção pelos autores clássicos das ciências sociais, para, em seguida, a técnica de administração de pessoas assumir a mediação entre o trabalhador e o trabalho executado, garantindo a produção e o retorno financeiro. Para tanto, diversas teorias são constantemente lançadas, bem como diferentes escolas são criadas, a partir de experimentos, exames e estudos das práticas laborais, a fim de que os agentes dominantes nesse campo social possam entender o comportamento humano no trabalho e nele interferir para um incremento da produtividade. Entendemos que tais pesquisas, baseadas na psicologia, na sociologia, na antropologia, na politicologia, entre outras, possuem raízes, não tão distantes de sua origem, fincadas num certo tipo de pensamento: o conservador. Assim, o presente estudo investiga criticamente o sentido construído no campo da administração de pessoas, tendo como foco as produções simbólicas e as ações dos administradores de pessoas, que, para ampliar o seu espaço de atuação, portanto, o seu poder, aproximam-se da linguagem do mercado ao mesmo tempo em que se distanciam das pessoas. Portanto, administrar ou gerenciar pessoas significa, pelas diversas análises ora realizadas, criar as condições simbólicas e objetivas para que os objetivos organizacionais sejam alcançados. Sentido esse possível pela autonomização da área em relação às teorias da administração, pela adoção da linguagem dos negócios, e menos das pessoas, pelo auxílio das mídias e associações e pelas constantes reestruturações administrativas, especificamente, as terceirizações.