Cartografia escolar na formação inicial de professores: a orientação espacial a partir dos princípios de localização e conexão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Resende, Kizzy Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-15012025-184446/
Resumo: A orientação espacial faz parte do saber geográfico e está associada à localização de pontos de referência e a conexão entre objetos fixos e a posição do observador. Por isso, dificuldades relacionadas a essa habilidade podem impactar diretamente o ensino e a aprendizagem da geografia, desde a educação básica até o ensino superior, afetando o processo de interpretação e construção de representações cartográficas. Nesse sentido, organizou-se neste estudo uma proposta metodológica para trabalhar essas questões com estudantes de licenciatura em Geografia e Pedagogia. Uma vez que eles atuarão na construção do conhecimento geográfico dentro da escola, a prática proposta se apoiou no campo da cartografia escolar, com foco na concepção do sistema de coordenadas a partir de conhecimentos geográficos e astronômicos, trazendo a orientação espacial como ponto de intersecção entre essas duas ciências. Seguindo uma abordagem cognitiva, destaca-se a relevância das operações elementares das relações espaciais topológicas, projetivas e euclidianas como base para a construção de representações gráficas do espaço, bem como a necessidade dos princípios de localização e conexão para caracterizar uma análise geográfica dos fenômenos observados na paisagem. Adotando-se uma metodologia qualitativa e participativa, desenvolve-se uma prática de observação, registro e identificação de pontos de referência fixos em uma paisagem contendo o pôr do Sol para explicar como os processos cognitivos e os princípios geográficos podem ser materializados em mapas mentais orientados com pontos cardeais. Os dados analisados derivam de textos, falas e representações gráficas elaboradas por 239 estudantes de graduação, e expõem dificuldades relacionadas às habilidades espaciais e uma tendência à orientação pautada na repetição de padrões e hábitos de deslocamento com pouca reflexão. Essas dificuldades são provenientes, entre outras razões, da falta de experiência em se orientar, e podem prejudicar de maneira considerável a precisão de representações do espaço concreto. Neste mesmo sentido, a identificação de habilidades espaciais suficientes em alguns mapas mentais reforça o fato de que a orientação espacial está diretamente relacionada à experiência e ao conhecimento integrado de fatores que compõem os fenômenos estudados. Isso justifica a relevância desta pesquisa e da elaboração de estratégias didáticas para superar uma estagnação das práticas de orientação e ampliar experiências associadas à coordenação de pontos de vista, simultaneidade de movimentos e deslocamento, partindo da localização de objetos espaciais e estabelecendo conexões entre eles. Com isso, busca-se promover a construção de um raciocínio geográfico por meio da cartografia escolar, que ultrapasse obstáculos epistemológicos para um ensino de geografia integrado aos processos cognitivos. Por fim, defende-se a tese de que a construção de representações, com base na observação da posição do Sol, pode ser um caminho metodológico para trabalhar a orientação espacial a partir da articulação entre as relações espaciais e os princípios de localização e conexão, tornando-se uma estratégia de cartografia escolar eficaz para a formação de professores