Avaliação do efeito bactericida de lisozima em estirpes de Salmonella spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Franco, Leticia Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-27072023-170502/
Resumo: Salmonellas são bactérias Gram negativas, da família Enterobacteriaceae, considerada um dos principais patógenos entéricos de transmissão alimentar, com grande importância para a saúde pública. Sorovares de Salmonella spp. com fenótipo de resistência múltipla aos antimicrobianos emergiram na avicultura a partir de 2004, justificando a busca por produtos alternativos no controle da infecção nas aves. A lisozima ou 1,4-β-N-acetilmuramidase é uma enzima natural, presente no sistema imune inato dos animais e seres humanos, que possui propriedade bactericida. O mecanismo de ação utilizado é pela via não-enzimática, na presença de atividade de peptídeos catiônicos antimicrobianos e propriedades hidrofóbicas, induzindo a morte celular por alteração na membrana. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito bactericida da lisozima nos sorovares Salmonella Heidelberg e Salmonella Minnesota. Foram isoladas 44 estirpes de Salmonellaspp., em 4 granjas da região sudeste (SP e MG), sendo 28 identificadas como S. Heidelberg e 16 como S. Minnesota. O percentual de isolados com resistência múltipla aos antimicrobianos foi de 97,72%. A Concentração Bactericida Mínima para 90% das estirpes (CBM90) foi ≤ 15 ppm. Ensaios time-kill em tempos pré-estabelecidos demonstraram que a redução de 71,42% das estirpes de Salmonella Heidelberg entre 4 e 8 horas, embora alguns isolados tenham resistido à exposição por mais de 24 horas em concentrações de 1000 e 2000 ppm. Para Salmonella Minnesota, a redução foi de 62,5%. O desafio in vivo com S. Heidelberg revelou redução da frequência de frangos colonizados após o desafio, com 63,66% de frangos positivos aos 21 dias no controle positivo e 26,08% dos frangos colonizados no grupo tratado com lisozima 1000 ppm. Foram detectadas diferenças estatísticas significativas na contagem de colônias no inglúvio e nos cecos de frangos tratados, na comparação com os grupos controles. Esses resultados sugerem que a lisozima possui potencial como substância alternativa no uso de antimicrobianos nas infecções por sorovares resistentes de S. Heidelberg e S. Minnesota.