Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Matos, Natalie Torres de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-27102023-151909/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Importantes transtornos mentais tais como esquizofrenia, depressão maior e transtorno bipolar são encontrados e nomeados na literatura como transtorno mental grave (TMG). Estes tipos mais incapacitantes de transtornos mentais tem uma evolução crônica e trazem grandes prejuízos a diferentes áreas da vida. A vida sexual deles pode ser afetada tanto pelas dificuldades sintomatológicas da doença e/ ou da incapacidade gerada por ela, ou mesmo pelo estigma sofrido contra a pessoa com transtorno mental ou ainda, devido ao uso de remédios psicotrópicos. É sabido as dificuldades desta população nas relações sociais, mas pouco se sabe sobre as relações do estigma e da adesão medicamentosa na vida afetivo-sexual, e vice-versa. OBJETIVOS: Realizar a validação de instrumentos (1) Questionário do Estigma Sexual da Doença Mental (MISS-Q); (2) Inventário da vida de relacionamentos familiares, afetivos e sexuais; e (3) Escala de Avaliação de Adesão à Medicação (MARS). Além, de analisar qualitativamente o MISS-Q e validar o constructo do Inventário da Vida de Relacionamentos Familiares, Afetivos e Sexuais. MÉTODO: Estudo observacional, metodológico de validação, realizado com 201 participantes, homens mulheres, com idade igual ou maior que 18 anos, alfabetizado, sem algum tipo de deficiência intelectual e diagnóstico de TMG ou compulsivos sexuais; ou ser profissionais de saúde mental. Como critério de exclusão, presença de alterações da consciência, agitação psicomotora e/ ou sintomas delirantes e/ ou alucinatórios que possa interferir no conteúdo das respostas naquele momento da entrevista; e/ ou apresentar histórico de convulsões, epilepsias, traumatismos cranianos encefálicos ou algum tumor cerebral e fazer uso de medicações não psicotrópicas que possam interferir no funcionamento sexual e a presença de comorbidades autorreferidas e dependência de álcool e/ ou drogas avaliadas pelo MINI. Todos os participantes estavam matriculados no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre junho de 2019 a novembro de 2022 e passaram por entrevistas diagnóstica e investigativa dos aspectos sociodemográficos e preencheram aos instrumentos: Inventário de Tarefas Rotineiras - Estendido, (RTI-E); Escala APGAR da Família; WHOQOL-Bref; Escala de Experiência Sexual do Arizona (ASEX); Escala de Estresse Percebido (PSS); Escala Breve Do Lidar (BriefCOPE); Escala de Autoestima de Rosemberg (EAR); e Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica Versão Ancorada (BPRS-A). RESULTADOS: Aprovada a análise qualitativa do MISS-Q após três tentativas. Validado o constructo do MISS-Q e do Inventário de Vida de Relacionamentos Familiares, Afetivos e Sexuais, com aprovação maior que 80% e mostrando-se claras, legíveis e sem palavras difíceis. A nova versão do MISS-Q apresentou melhores resultados que a versão original; possui 38 questões divididas em nove domínios, com carga fatorial entre 0,5285 e 0,9164 e coeficiente de alfa de Cronbach de 0,8795, boa. Na análise discriminante apresentou, em sua maioria, diferença entre os grupos de TMG e profissionais de saúde mental. Apresentou correlações fracas a moderada com os demais instrumentos. A MARS apresentou somente dois domínios, diferente da original com três. Carga fatorial entre 0,77 e 0,99 e coeficiente de Cronbach 0,9634, muito boa. Não apresentou diferenças entre os grupos e não apresentou correlação com nenhum instrumento. O Inventário da Vida de Relacionamentos Afetivos e Sexuais possui 51 questões divididas em 12 domínios, carga fatorial entre 0,4288 e 0,9629 e coeficiente de Cronbach de 0,784, razoável. De 12 domínios, três deles apresentaram-se iguais entre os três grupos, e um para somente para TMG e compulsivo sexual e outro para TMG e profissional de saúde mental. Apresentou correlações fracas a moderada com os demais instrumentos. CONCLUSÕES: No geral, identifica-se que a pessoas com maior nível de funcionalidade, menores níveis de disfunção sexual e menores sintomatologias da doença mental, terão uma vida de relacionamento afetivo e sexual mais frequente e segura e maior participação da família e da equipe de profissionais. Observa-se que os pacientes mais graves, apresentam menos oportunidades sexuais, mais comportamento de risco e menos crítica sobre o seu funcionamento. Além, da falta de comunicação com a equipe sobre a sua vida sexual. Foi possível concluir a validação do instrumento MISS-Q e Inventário da Vida de Relacionamentos Familiares, Afetivos e Sexuais. Será necessário refazer o estudo da MARS, comparando os dados da versão original com a traduzida para o Brasil, e os achados deste estudo |