Ozonioterapia versus eletroacupuntura como tratamento de cães com discopatia toracolombar: estudo prospectivo randomizado e cego

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Sumida, Juliana Midori
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Acupuncture; Acupuntura; Disk extrusion; Dor; Extrusão de disco; Farmacopuntura; Oxigênio-ozônio; Oxygen-ozone; Pain; Pharmacopuncture
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-16032022-073923/

A ozonioterapia na medicina veterinária está sendo cada vez mais utilizada no auxílio do controle da dor devido a sua ação antiinflamatória local e sistêmica. Os efeitos da aplicação da ozonioterapia (em pontos de acupuntura) foram comparados com a eletroacupuntura (EA), sendo esta última, reconhecidamente efetiva na recuperação neurológica e no controle da dor em cães com quadro de discopatia intervertebral toracolombar (DDIV). Foram atendidos durante o período de agosto de 2018 a março de 2020, trinta e oito cães de raças condrodistróficas puros ou mestiços, com sinais de DDIV toracolombar, com graus de lesão neurológica de 1 a 4. Estes, foram divididos aleatoriamente em dois grupos: Grupo EA - aplicação de eletroacupuntura na frequência denso- dispersa de 3 e 100 Hz, durante vinte minutos nos pontos B20 e B23, E36 e R3 transpassando com B60 e agulha seca em Bai Hui lombar e Grupo OZO - aplicação paravertebral da mistura ozônio-oxigênio na concentração de 20 mcg/mL, 3mL em cada ponto de acupuntura B20, B23, Bai Hui lombar, E36 e entre R3 e B60. Destes 38 cães, apenas 13 foram incluídos no grupo EA e 15 no grupo OZO. As avaliações dos parâmetros de evolução clínica e do estado neurológico foram realizadas semanalmente, durante quatro semanas e/ ou a última avaliação, seguindo uma escala funcional numérica (EFN) de 0 a 23. A dor foi avaliada através da escala visual analógica interativa dinâmica - Dynamic interactive visual analog scale (DIVAS), variando de 0 a 10. As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa estatístico Graphpad Instat. O nível de significância foi de 5%, e para amostras não paramétricas e comparação de duas médias foi utilizado o teste de Mann Whitney. Para medidas repetidas de amostras não paramétricas e comparação de várias médias, foi utilizado o teste de Friedman. Para medidas repetidas de amostras paramétricas e comparação de várias médias, foi utilizado o teste de Tukey-Kramer. Assim, o escore de avaliação da dor (DIVAS) e a escala funcional numérica (EFN) foram comparados em momentos diferentes e entre os grupos EA e OZO. Os dois grupos demonstraram serem homogêneo e puderam ser comparados durante o tempo dos tratamentos. As características clínicas dos cães de lesão de grau 1 e 2 foram comparados entre os grupos EA e OZO, assim como os cães de grau de lesão 3 e 4, não sendo observadas diferenças significativas. Quanto ao tempo de retorno à locomoção (em dias) dos cães de graus 3 e 4, não houve diferença significativa entre os grupos EA (10,6 ± 5,4) e OZO (14,5 ± 15,7). Pode-se concluir que a ozonioterapia foi eficaz no controle de dor e reabilitação motora e sensorial em cães com sinais de discopatia toracolombar à semelhança com a eletroacupuntura. A aplicação de O2-O3 nos pontos de acupuntura demonstrou ser um tratamento minimamente invasivo, eficaz, seguro e de rápida aplicação. Mais estudos são necessários para avaliar as outras vias de aplicação sistêmica que poderiam beneficiar a reabilitação destes animais e outras afecções.