Utilização de cartilagem auricular descelularizada no tratamento de doenças articulares degenerativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, Livia Maria Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-24022023-165253/
Resumo: A perda da funcionalidade dos órgãos e tecidos devido a defeitos congênitos, processos patológicos ou traumas, estimulou o desenvolvimento da engenharia tecidual, com o objetivo de reparar ou mesmo substituir tecidos ou órgãos danificados. Entretanto, um dos obstáculos desta nova biotecnologia é a seleção do material que irá reconstituir o novo tecido. Em se tratando de cartilagem articular, o desafio é ainda maior, pois apresenta limitada capacidade de autorreparação devido à baixa vascularização. Além disso, mimetizar a rigidez e a flexibilidade deste tipo tecidual é uma tarefa difícil, tornando os reparos cirúrgicos ainda mais complexos. O tecido cartilaginoso apresenta propriedades elásticas que têm sido bastante utilizadas em procedimentos reconstrutivos. Sua utilização para a produção de biomateriais ocorre principalmente pela manutenção das características tridimensionais de sua matriz extracelular (MEC), a qual confere sustentação estrutural, mecânica e biológica para o crescimento de novas células. Portanto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um protocolo de descelularização de cartilagem de orelhas suínas, com posterior produção de biogel, o qual foi testado em lesões intra-articulares em caprino. Para isso, foram realizados pilotos com diferentes protocolos de descelularização para identificar o protocolo de maior eficácia em remoção celular e preservação da estrutura da matriz extracelular cartilaginosa. Análises histológicas, quantificação de DNA genômico, fluorescência e imuno-histoquímica foram realizadas indicando a descelularização do material. Devido à alta densidade da MEC foi necessário à utilização de uma maior quantidade de enzima, para conseguir alcançar a digestão completa do material para fabricação do biogel. Para análises no hidrogel foi executado testes de esterilizada, citotoxicidade, e também um piloto in vivo onde realizamos análises histológicas e imuno-histoquímica. Com isso conclui-se que a cartilagem auricular apresenta uma estrutura muito densa, com uma vasta quantidade fibras elásticas, dificultando o processo de descelularização, o protocolo utilizando tripsina e solução alcalina foi o mais eficaz (piloto 4), preservando componentes da matriz extracelular como colágeno e elatina e eliminando conteúdo celular. O biogel produzido foi capaz de fornecer ambiente para crescimento, proliferação e migração celular, sem apresentar nenhuma resposta imunológica ao paciente.