Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Luvizotto, Rodrigo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-23102007-143802/
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Resumo: |
Temos à mão um diário, que constrói pelo discurso as províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sob o olhar de um cientista. É o diário de Georg Heinrich von Langsdorff, diplomata, médico, naturalista e chefe da expedição russa, que esteve no Brasil na primeira metade do século XIX. Para entender não apenas o que é dito no diário, mas o porquê e o como do ato de dizer, esta dissertação analisa o éthos do enunciador, o Barão Langsdorff, depreensível da totalidade de discursos, como um efeito de sentido de individualidade. As questões relativas à biografia de Langsdorff, ao longo de sua participação na expedição que chefiou no Brasil, emerge então como efeito de sentido dos próprios textos analisados. Tais procedimentos se tornam possíveis, já que a base teórica que nos dá respaldo é a teoria do texto e do discurso, tomando como ponto de partida a semiótica de linha francesa. Sob tais parâmetros teóricos, herdamos ainda o conceito de gênero do discurso, de Bakhtin, o que permite que a análise identifique as regras do gênero diário, tendo como foco o diário de campo de Langsdorff. Com base nesse suporte teórico, foram descritos os elementos temáticos, estruturais e estilísticos do diário do naturalista alemão, em relação a outros diários, de modo a se depreender o ator da enunciação, Langsdorff, da totalidade de páginas que registram o dia-a-dia da expedição: um ator da enunciação dado na relação de diferença diante de outros atores, pressupostos a outros diários. Respeitando a relação entre plano da expressão e plano do conteúdo dos textos, a leitura do plano do conteúdo do diário de Langsdorff beneficiou-se da operacionalização analítica viabilizada pelo percurso gerativo do sentido, principalmente, no que diz respeito ao nível discursivo, para que se pudesse descrever e explicar o ator da enunciação, que se consolida por um modo recorrente de temporalizar, espacializar e actorializar o mundo construído: no caso, um Brasil da primeira metade do século XIX, tal como construído pelo olhar meticuloso e estrangeiro. Com atenção a um modo próprio de relatar o encadeamento dos fatos, na efemeridade de cada dia, depreende-se a imagem ou o éthos do enunciador, por meio da análise, descrição e explicação de um modo próprio de relatar. Esse sujeito dado pelo modo de dizer apresenta-se ao analista com um corpo ereto, uma voz sem hesitações, um tom de voz e um caráter firmemente postos no mundo. Sob esse olhar se constrói o espaço das terras brasileiras, espaço este articulado aos atores e vinculados ambos ao tempo que flui em sistemas temporais próprios: enuncivos e enunciativos, para erigir a imagem de quem diz, expressa pelo modo científico de dizer. |