Os retratos do Paraíso: a desconstrução do mito epopéico : uma análise da expedição Langsdorff através do discurso iconográfico de Hercule Florence

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Momesso, Selma [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/95658
Resumo: A proposta deste trabalho recai sobre o papel desempenhado pelos recursos iconográficos, ao atuarem como mediadores na construção de um discurso visual e na eleição de seus protagonistas dentro de uma perspectiva teóricometodológica do materialismo histórico e dialético, tomando-se como base o entendimento de classe social e visão do mundo Para a abordagem, escolhemos como objeto de estudo as aquarelas produzidas pelo desenhista e pintor francês Hercule Florence (mais tarde considerado como um dos precursores da invenção da fotografia no mundo e pioneiro no Brasil) ao ser reconhecido como aquele que melhor respondeu às exigências como artista contratado para integrar a Expedição Langsdorff, organizada pelo naturalista, médico e cônsul russo, de origem germânica Georg Heinrich von Langsdorff, ao percorrer o Brasil, no período de 1822 a 1829, dentro do propósito das viagens de caráter cientificista do século XIX, sob a influência humboldtiana. Seu conjunto de desenhos não somente atendeu aos princípios estéticos, como levou, ao mesmo tempo, as culturas a se reconhecerem, estabelecendo seus valores de supremacias e poder, tornando-os documentos responsáveis pela edificação de um imaginário visual mitótico do herói epopeico, presente na literatura clássica. Envolto num cenário fantástico – no caso o tropical – das chamadas terras do novo mundo, reafirma os interesses expansionistas do grupo social, ou ainda, daqueles que se veem como aliados defensores em legitimar plasticamente seu discurso, no caso o ideal cientificista difundido pela elite européia do século XIX. A reprodução exaustiva dessas imagens desassociadas de seu entendimento complexo perpetua a vigência dos interesses e visão do mundo de uma classe social que se torna atemporal