Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Victor Hugo Fonseca da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04032020-160337/
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Resumo: |
Visamos com esta dissertação compreender os movimentos lógico-ontológicos operados por Platão no diálogo Sofista. O diálogo nos parece de grande importância na obra platônica pois: (i) é por meio da ontologia ali estabelecida que Platão institui a forma proposicional de um discurso que possa ser valorado tanto como verdadeiro quanto como falso; e (ii) a relação entre lógica e ontologia parece estar indicada por certa mudança na Teoria das Formas que, de algum modo, forneceria, ainda na obra platônica, uma teoria da boa imagem e da boa mimese. Em primeiro lugar, procuramos identificar a aporia eleática apresentada no início do texto, aporia que nega a possibilidade de discursos falsos e de discursos verdadeiros não tautológicos. Em segundo lugar, buscamos compreender o modo como Platão parece contornar tal aporia por meio da formulação de um tipo de oposição propriamente dialética: a antítese entre os gêneros ou formas. Podemos dizer, portanto, que, como condição para a bipolaridade do discurso temos, no caso platônico, a conjunção ou dissociação entre as formas, isto é, a conjunção e dissociação garantidas por meio do esquema fornecido pelo célebre método da divisão (diairesis). Será esta operação realizada pelo Estrangeiro de Eleia que permitirá, ao final do diálogo, que os diferentes elementos do enunciado sejam articulados sem que o emissor esteja necessariamente enredado pela contradição discursiva. Assim, acreditamos ser possível nos aproximar do jogo de rupturas e continuidades que parece haver entre Platão e a filosofia do grande mestre de Eleia: o platonismo pretende matar seu pai para que a filosofia deste continue viva, ou seja, para impedir que a implosão sofística das teses de Parmênides faça com que o eleatismo sucumba aos interesses dos mestres da retórica e da ilusão. |