Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Camilla de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-07082024-105558/
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Resumo: |
A azotemia é uma alteração frequentemente encontrada em cães com lesão renal, e sua severidade aumenta o risco de morte em pacientes com doença renal crônica (DRC). As técnicas disponíveis atualmente para a identificação e acompanhamento da função renal não são sensíveis e específicas o suficiente. A concentração sérica de creatinina é muito utilizada para o acompanhamento da função glomerular em cães, entretanto, os níveis deste biomarcador podem ser influenciados, por exemplo, pela dieta do animal. Esse estudo teve como objetivo avaliar o perfil metabólico sérico de cães com azotemia renal e de cães clinicamente saudáveis, além de mostrar uma visão geral dos metabólitos identificados em cães com diferentes doenças, especialmente na azotemia renal. O primeiro capítulo compreende uma revisão de literatura sobre os metabólitos frequentemente encontrados em algumas afecções, sendo que o foco foi em cães com DRC e azotemia. Nesse sentido, pesquisas realizadas em cães com doença renal e azotemia revelaram um perfil metabólico distinto nesses animais, por exemplo, com aumento sérico do citrato e fenilalanina, além da ureia e creatinina, e redução da glutamina e de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR). Comparativamente, cães com shunts portossistêmicos congênitos apresentaram níveis mais elevados de fenilalanina e tirosina, bem como concentrações reduzidas de AACR e ácidos graxos modificados em comparação com cães saudáveis. Ainda na revisão de literatura, foi descrito que cães com doença mixomatosa da válvula mitral podem apresentar redução nos níveis de citrulina e arginina (precursores da síntese de óxido nítrico), bem como nos níveis de caprato de sódio, e cães diabéticos podem apresentar níveis aumentados de valina, leucina e isoleucina, enquanto o ácido N-acetil-L-aspártico e o sulfato de indoxil foram reduzidos. No segundo capítulo, o objetivo foi avaliar os metabólitos séricos presentes em cães com azotemia renal. Para isso, amostras de soro de 11 cães com diagnóstico presuntivo de DRC (grupo doente) e 13 cães saudáveis (grupo controle) foram analisadas por meio da Ressonância Magnética Nuclear de ¹H para obtenção do perfil de metabólitos. Análise de componentes principais e análise discriminante de mínimos quadrados parciais foram realizadas para avaliar diferenças nos perfis metabólicos entre os grupos. Após a inclusão de dados clínicos no modelo, como os resultados da concentração sérica de ureia e creatinina e relação proteína-creatinina urinária de todos os cães, observou-se um perfil metabólico distinto no grupo doente, caracterizado pela maior concentração sérica de citrato, carnitina, etanol e malonato. Este perfil metabólico foi condizente com a redução da taxa de filtração glomerular nos pacientes com azotemia renal. A análise da metabolômica sérica em animais tem demonstrado resultados promissores para auxiliar na detecção das alterações metabólicas relacionadas a progressão da doença renal. A observação do perfil metabólico obtidos na revisão de literatura em diversas doenças e os resultados deste estudo de cães com azotemia renal sugerem uma contribuição da metabolômica na avaliação de pacientes em diversas condições, principalmente nas doenças renais, que não são possíveis de se diagnosticar por meio de somente um exame laboratorial. |