Análise do padrão decisório do auditor brasileiro com uso da metodologia Q e do DMI (Decision Making Inventory)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sartorelli, Isabel Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-26052015-115217/
Resumo: Esta tese analisa o padrão decisório do auditor brasileiro (a partir do enfoque da Teoria do Processo Dual em sua versão modificada pela Regret Theory, aqui denominada TPD-m), já que o padrão decisório pode informar a maneira pela qual o auditor exerce seu julgamento. Considerando que auditor e norma precisam estar alinhados, e considerando a adoção de normas baseadas em princípios (IFRS), o objetivo foi aprofundar os estudos de Jamal e Tan (2010), verificando se os tipos de auditores por eles identificados (orientados a princípios, a regras e a clientes) poderiam ser observados empiricamente na amostra delimitada (29 sócios e 35 gerentes de auditoria de firmas Large Six localizadas no Brasil), e se tal tipologia encontraria suporte na literatura que define as características principais desses tipos de auditores. As quatro hipóteses de pesquisa versaram sobre: a ausência de predominância de um único padrão decisório; a associação entre os padrões identificados pelo DMI (se analítico, intuitivo ou emocional) e os tipos de auditores; a homogeneidade na determinação do que seria considerado como mais importante numa auditoria em arrendamento mercantil; a existência de associação entre os agrupamentos identificados pela Metodologia Q e as características condizentes com os tipos de auditores identificados por Jamal e Tan (2010). A primeira hipótese foi verificada com o Teste DMI, e a conclusão indica que o perfil preponderante dos auditores é analítico (explicado pelo processo de accountability vivenciado pelos profissionais), o que fornece sustentação necessária para afirmar que as decisões tomadas por auditores são deliberadas e cuidadosamente analisadas (quando estes têm tempo disponível para análise). Em função do resultado da primeira hipótese, não foi possível verificar a segunda hipótese (não havia indivíduos de padrão intuitivo e emocional suficientes para estabelecer a associação desejada). A terceira hipótese foi verificada pelo exercício de arrendamento baseado na Metodologia Q; os resultados indicam que não há homogeneidade na determinação do que seria considerado mais importante dentre os participantes (nessa análise, fica clara a subdivisão dos participantes analíticos em dois grupos: o primeiro privilegia a análise dos contratos de arrendamento, e o segundo, a definição do valor justo). A quarta hipótese foi verificada analisando-se as palavras mais repetidas observadas nas transcrições das entrevistas, cujo resultado indica que pode haver correspondência entre os agrupamentos da Metodologia Q e os tipos de auditores orientados a princípios e a regras (não foi possível concluir sobre a existência de auditores orientados a clientes). Sobre os métodos empregados: o resultado do exercício de arrendamento corrobora o Teste DMI, já que em todo o grupo de participantes analíticos foi identificada a escolha de atitudes de cunho analítico (de conteúdo mais literal, mais objetivo); a Metodologia Q mostrou-se eficiente na análise da aplicação da norma contábil pelos participantes. Sobre a contribuição teórica, a abordagem da TPD-m ajuda a explicar as evidências empíricas coletadas; além disso, a discussão envolvendo conjuntamente agente e norma contábil, além da conceituação e utilidade de regras e princípios contábeis no processo de julgamento e tomada de decisão contribuem para a consolidação de pesquisas na área.