Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Campeiz, Ana Beatriz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-16052023-081726/
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Resumo: |
Na contemporaneidade, a violência é tema prioritário de atenção, por ser apontada e reconhecida como um problema social, relacional e de saúde, e se faz presente nas relações de intimidade entre os adolescentes e jovens. O fenômeno é mais grave para os que se identificam com orientações dissidentes/não heteronormativas, por já vivenciarem outras formas de violência da sociedade, que os colocam em lugar de vulnerabilidade ainda maior. O presente trabalho visa analisar a violência nas relações de intimidade vivida por bissexuais durante a pandemia por Covid-19, sob a perspectiva do Paradigma da Complexidade. Este estudo foi delineado em uma abordagem qualitativa e teve como participantes 27 adolescentes e jovens, de ambos os sexos, que se autodeclaram bissexuais e sejam residentes do estado de São Paulo. Os dados foram coletados através de formulário online pelo Google docs, entrevista semiestruturada e o diário de campo, no período entre junho de 2021 até junho de 2022, e analisados à luz do referido Paradigma. Os resultados indicaram (i) a pandemia tanto fragilizou o estado emocional dos participantes quanto foi usada como justificativas para os autores dos comportamentos violentos; (ii) a existência de mitos e de imaginário social sobre a bissexualidade que influenciam diretamente nas ações violentas e nas dinâmicas das relações íntimas vivida pelos bissexuais; (iii) a reprodução de violência e questões estigmatizantes resultantes das experiências vividas pelos gêneros e identidades dos/as parceiros/as, e; (iv) a prevalência de violência psicológica entre os adolescentes e jovens bissexuais, além da violência figurada bidirecional. Conclui-se que a invisibilidade da orientação sexual bissexual reflete na invisibilidade da violência íntima vivida por eles. Há emergência na criação de políticas públicas de saúde e segurança específicas para a população bissexual e para o fenômeno da violência íntima vivida por bissexuais, assim como ações promocionais da saúde com atuação de profissionais capazes de empoderar os sujeitos para o processo de transformação de fatores vulnerabilizantes. Em suma, o Paradigma da Complexidade contribuiu de forma imprescindível para o desenvolvimento de um olhar integral sobre a temática, proporcionando maior clareza sobre os elementos que compõem o fenômeno, e principalmente, sobre a interdependência e interconectividade entre eles, de modo articulado e contextualizado. |