Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1973 |
Autor(a) principal: |
Wright, Charles Leslie |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-154127/
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Resumo: |
Desde 1966, o Brasil tem estimulado o uso de adubos químicos, mediante uma série de subsídios e estímulos. A medida mais importante tem sido a concessão de crédito a juros reais negativos para empréstimos agrícolas que incluem parcelas para a compra de insumos modernos. Embora milhões de cruzeiros sejam gastos anualmente nos subsídios à compra de adubos, existem poucos estudos sobre a economicidade da adubação no Brasil. Os resultados de ensaios experimentais mostram que a resposta à adubação em várias culturas é muito inferior àquela registrada em países onde se tem dado mais atenção à pesquisa biológica e genética. As funções de produção no Brasil geralmente possuem uma menor concavidade, estão situadas a níveis de produção mais baixos e alcançam o terceiro estágio mais cedo. Consequentemente, a economicidade de adubação torna-se problemática no caso brasileiro. O cálculo de um ponto ótimo, com base em resultados experimentais, pode ter pouca aplicação ao nível da propriedade rural. Frequentemente, os resultados mostram-se instáveis, com intervalos de confiança demasiadamente grandes para permitir recomendações gerais para a cultura estudada. Às vezes, são usadas técnicas especiais de aplicação ou quantidades grandes de mão-de-obra que não seriam viáveis nas empresas agrícolas. Outrossim, na análise de dados experimentais, os preços dos produtos e dos adubos nem sempre são representativos das condições que os agricultores enfrentam e, raramente, são calculados os custos adicionais de adubação. Dispomos de poucos estudos sobre a economicidade de adubação ao nível da propriedade rural. Nos trabalhos de Nelson e Pellegrini, a adubação não foi considerada econômica nas propriedades estudadas. Esses resultados estão de acordo com os Biserra se levarmos em conta a superestimação dos parâmetros no seu estudo. As propriedades da amostra, aqui analisadas, estão situadas nos municípios de Jardinópolis, Guaíra e Sales de Oliveira ( sendo que apenas 5 propriedades foram levantadas nesse último município). Fazem parte da DIRA de Ribeirão Preto, uma das regiões mais modernas e produtivas do Brasil. Por sua vez, as propriedades da amostra têm rendimentos médios superiores aos da região, para o milho, algodão, arroz e soja, que não são as quatro culturas estudadas nesta pesquisa. Contudo, só no caso da soja são obtidas produtividades comparáveis com as de países de agricultura avançada. O tipo de solo mais importante da região é o latossol roxo. Normalmente, esse tipo de solo é bastante produtivo mesmo na ausência de adubação, sendo rico em macro e micronutrientes. A presença de ferro nesses solos, no entanto, poderá resultar na fixação de fósforo. Os agricultores estão modificando as proporções em que os três principais macronutrientes são combinados, de uma maneira consistente com as informações agronômicas. Entre 1969/70 e 1971/72, eles reduziram sensivelmente a aplicação de fósforo em relação ao nitrogênio e ao potássio. Em termos de quilos de nutrientes aplicados, houve um pequeno aumento de adubação na cultura do milho e uma redução de 25% na adubação da soja. Contrário ao que seria esperado, a produtividade do milho caiu e a da soja aumentou entre os dois anos. Para o algodão e o arroz , houve uma ligeira redução no nível de adubação que talvez se deva somente a diferenças na composição da amostra entre os dois anos agrícolas. Um terço dos agricultores entrevistados não adubou o arroz durante o ano agrícola 1971/72. A média de produtividade para este grupo foi quase idêntica à do grupo que adubou a cultura. As propriedades da amostra são especializadas em culturas anuais e dirigidas pelos seus proprietários. Produzem, pelo menos, uma das quatro culturas estudadas em escala comercial, sem consorciação. Não foram incluídas observações de minifúndios ou latifúndios neste estudo. Das 91 propriedades incluídas na amostra, foram obtidas 66 observações sobre a cultura do milho, 43 sobre o algodão, 53 sobre o arroz e 34 sobre a soja. O ano agrícola estudado (1971/72) foi favorável, em termo de chuva e rendimentos. As produtividades foram superiores às médias da região para um período de 5 anos. Esses fatores são favoráveis a bons resultados com adubação. Dois modelos econométricos foram usados na análise dos dados: a função Cobb-Douglas, e a função quadrática. Diversas variáveis foram usadas na Cobb-Douglas, além de fertilizantes e calcário, para testar a sua influência sobre a produtividade agrícola. De modo geral, os seus coeficientes foram não-significativos. Mesmo com a presença de muitas variáveis no modelo, o poder explicativo das variáveis independentes foi baixo, indicando que os diferentes insumos foram responsáveis por apenas uma pequena parte das variações na produtividade. A variável fertilizantes foi medida como agregado, pois a pequena variação nas fórmulas de adubos resultou em problemas de milticolinearidade, quando os nutrientes entraram no modelo como variáveis individuais. A função quadrática foi usada para analisar, especificamente, a relação entre adubação, calagem e produtividade das culturas, devido à melhor representação teórica dos fenômenos biológicos que o modelo proporciona, em comparação com a função Cobb-Douglas. Na cultura do algodão, a variável defensivos também foi incluída no modelo. Em todos os ajustamentos, o poder explicativo das variáveis independentes foi muito baixo, indicando que há pouca relação entre a intensidade de uso desses insumos e a produtividade nas propriedades da amostra. Em muitos casos, nem o teste F da regressão foi significativo. A não-significância dos coeficientes das variáveis individuais foi uma região geral. O coeficiente da variável fertilizantes, analisada agregadamente, não foi estatisticamente diferente de zero em nenhum caso. Frequentemente, os sinais dos coeficientes dos termos lineares foram negativos, e os dos termos quadrados, positivos, o que mostra o caráter espúrio dos resultados. |