Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Alves, Janice Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-17072023-135048/
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Resumo: |
Esta pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico participativo, tem como objetivo investigar as bases epistemológicas das práticas de alfabetização/letramento nos anos iniciais em uma escola multilíngue localizada na cidade de São Paulo, onde 30% das crianças matriculadas são migrantes ou descendentes de migrantes de países como Angola, Bolívia , China, Colômbia, Índia, Paquistão, Paraguai, Peru, Marrocos Bangladesh e Síria. Partindo de críticas recentes contra o ressurgimento de orientações altamente cognitivistas para a alfabetização, juntamente com uma preocupação em relação à excessiva metodologização e instrumentalização (BELINTANE, 2017; DUBOC; FERRAZ, 2021; 2018; SOUZA; DUBOC, 2021) das propostas contemporâneas que servem para todos, esta investigação pretende colocar o conceito de letramento sob novo escrutínio, com ênfase na importância do corpo, sob o viés onto-identitário, nos processos de construção de sentidos envolvendo crianças migrantes. A análise de dados com foco nos pequenos gestos que emergiram naquele contexto escolar mostra como privilégios e apagamentos em torno de binarismos duradouros no campo da alfabetização/letramento (KELL, GUZULA, MCKINNEY, 2021) como oral versus escrito, corpo versus mente, razão versus emoção, cognição versus contexto estão fortemente enredados nas práticas escolares e acabam por reforçar a violência ontoepistêmica especialmente em relação a crianças migrantes. Fundamentado nos aportes teóricos da Linguística Aplicada Crítica (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 2001; 2006; 2012; RAJAGOPALAN, 2003) e do Pensamento Decolonial (CASTRO-GOMEZ, 2007; GROSFOGUEL, 2007; MIGNOLO, 2018; SANTOS, 2007; WALSH, 2012; 2018) com centralidade na noção de diferença, este estudo advoga em favor de uma abordagem de alfabetização/letramento baseada no letramento crítico afetivo (ANWARUDDIN, 2016), particularmente em contextos escolares multilíngues. Assim, o estudo reivindica trazer o corpo de volta (MENEZES DE SOUZA, 2019) nas práticas de letramento escolar como précondição para uma educação de linguagem situada, afetiva e crítica (DUBOC; FERRAZ, 2011; MENEZES DE SOUZA, 2011). |