Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Luciana Gonçalves Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23141/tde-12082014-181910/
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Resumo: |
Abscessos e granulomas periapicais são considerados lesões inflamatórias relacionadas a elementos dentários, com origem em infecções do tecido pulpar e periapical. É pouco conhecido o papel da interleucina 17 (IL-17) nessas lesões, uma citocina que participa ativamente de uma classe de resposta imunológica recentemente descrita, denominada Th17. A resposta Th17 tem sido caracterizada pela produção de IL-17 por linfócitos CD4+ e tem sido associada à instalação e perpetuação do processo inflamatório, bem como a intenso recrutamento de neutrófilos. Este estudo tem como foco investigar a expressão dessa citocina em lesões de abscesso e granuloma periapicais, com a intenção de verificar se há diferenças de expressão entre essas duas lesões, já que a presença de infiltrado neutrofílico difere bastante entre elas. Testes imuno-histoquímicos para IL-17, CD4 (para identificação de linfócitos T CD4+), CD8 (para identificação de linfócitos T CD8+) e elastase (para identificação de células inflamatórias polimorfonucleadas) foram realizados em casos de abscesso (n=25) e granuloma (n=25) periapicais, selecionados do acervo do Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP. Foi obtida a porcentagem da área de células com expressão positiva para os marcadores citados. Também foi realizada a quantificação de células CD4+/IL-17+ e CD8+/IL-17+ detectadas por imunofluorescência nessas mesmas biópsias. Foram realizados testes estatísticos de Friedman e Mann-Whitney, para se verificarem as diferenças entre as porcentagens de marcação imuno-histoquímica obtidas para o abscesso e o granuloma, bem como teste de correlação de Spearman, para se verificar se havia correlação entre a expressão de IL-17 e os demais marcadores. Nos casos de abscesso periapical, houve expressão intensa de elastase, seguida de IL-17 e CD8, cujas respectivas porcentagens de expressão não diferiram estatisticamente entre si, mas foram significativamente maiores do que a da expressão do CD4 (p<0,0001). No teste de correlação de Spearman, houve correlação positiva significante entre IL-17 e CD8 (rs = 0,5944, p=0,0415), mas não entre IL-17 e elastase e IL-17 e CD4. Na quantificação de células duplamente positivas pela técnica da imunofluorescência houve significantemente mais células CD4+/IL-17+ do que CD8+/IL-17+ (p=0,0250). Nos casos de granuloma periapical, observou-se que a porcentagem de área de marcação do CD4 foi significativamente maior em relação a da elastase (p=0,0055), do CD8 (p=0,0200) e da IL-17 (p=0,0210). Houve correlação positiva significativa entre IL-17 e elastase (rs = 0,5604, p=0,0463), mas não entre IL-17 e os demais marcadores. Na quantificação de células duplamente positivas pela técnica da imunofluorescência houve significância maior para células CD4+/IL-17 do que de células CD8+/IL-17+ (p=0,0470). Na comparação da porcentagem de área de marcação entre abscesso e granuloma, a porcentagem de IL-17 foi significativamente maior nos abscessos (p=0,0114). Concluiu-se que há maior expressão da IL-17 em abscessos do que em granulomas e que, nesses últimos, essa citocina é mais expressa quando há maior expressão de células polimorfonucleadas. Isso parece evidenciar a participação da resposta Th17 em fases agudas do processo inflamatório. Apesar de haver diferenças significativas entre as lesões quanto ao predomínio das subpopulações de linfócitos T, em ambas as lesões há maior co-expressão da IL-17 em linfócitos CD4+, indicando que provavelmente essa população linfocitária seja a principal responsável pela secreção dessa citocina nas lesões estudadas. |