Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Souza, Maicelma Maia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-22042024-092700/
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Resumo: |
O presente trabalho intitulado Muito obrigada por isso, eu estava precisando deste encontro: A cozinha e a culinária na encruzilhada metodológica de pesquisa com professoras negras brasileiras e mulheres cabo-verdianas com ênfase na circulação dos afetos, teve como objetivo utilizar a cozinha e a culinária como estratégia metodológica de pesquisa, para acionar, acessar, produzir e fazer emergir a circulação de afetos, tomando as narrativas de professoras negras brasileiras sobre suas trajetórias pessoais, formativas e profissionais como parte dessa produção. Compõem, também, o repertório teórico desse trabalho, as oficinas realizadas com mulheres cabo-verdianas, em virtude da participação no Programa de Intercâmbio Mudjeris di lí i di lá Brasil e Cabo Verde, no intuito de estreitar os laços e estabelecer processos de conexões com o continente africano, tomando as experiências e os modos de ser, conhecer, cozinhar e fazer existência, para além da colonialidade. Esta metodologia está ancorada nas epistemologias da encruzilhada, fundamenta nos estudos de Rufino (2021); Nogueira (2020); Salami e Ribeiro (2015) e Alexandre (2023), os quais apresentam a encruzilhada como possibilidades cruzadas de caminhos, com base nas leituras sobre o Orixá Exu. A cozinha é o local de encontro desta pesquisa, onde as intimidades são compartilhadas e a culinária preparada agrega colaboradoras, acionando memórias que fazem emergir o circuito dos afetos que circulam em suas práticas pedagógicas. Ao todo, participaram desta pesquisa como colaboradoras, seis professoras que atuam na Educação Básica, no Ensino Médio e Ensino Superior, incluindo a modalidade de Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas. Para análise das narrativas, utilizamos o exercício do espelhamento narrativo com base na Orixá Oxum, o qual nos apresentou reflexos de espelho in-vertido e con-vertido, o que serviu como forma de interpretar as escolhas e sentidos em torno dos afetos mencionados pelas professoras. Estudos como os de Nascimento (2021, 2022), Nascimento (2019), Gonzalez (2020), hooks (1995, 2006, 2017, 2020), Hordge-Freeman (2019), Noguera (2014, 2018, 2020), Reis (2022), Sodré (2016, 2018), Safatle (2018), Bispo dos Santos (2023), Oyêwùmí (2021), Machado (2021), Fanon (2008, 2021), dentre outras autorias, somaram-se a produções literárias e artísticas do repertório afrodiaspórico para nos auxiliar na interpretação das realidades aqui evidenciadas, bem como construir reflexões relevantes acerca dos modos de cosmo-sentir-pensar e fazer a vida. Podemos dizer que os resultados coadunam com as hipóteses levantadas de que: para acessar as narrativas de mulheres professoras negras, há que se estabelecer uma metodologia que acione, produza e faça emergir os afetos que circulam em suas trajetórias pessoais e profissionais, portanto, a cozinha e a culinária foram as estratégias metodológicas dessa pesquisa, reconfigurando, assim, de forma positiva, o estereótipo de subserviência em torno da relação entre mulheres negras e cozinha, atribuindo sentidos de local, de encontros e aquilombamento. Os afetos localizados nas narrativas, apontam comportamentos pedagógicos que rompem com o padrão de silenciamento e rejeição, emergindo a acolhida e o compromisso como afetos que devolvem a noção de pertencimento à comunidade escolar. |