Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Jorge Viana de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-23032016-131430/
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é demonstrar que no conjunto de sua obra Serafim da Silva Neto (1917-1960) apresenta subsídios para a constituição de uma teoria sobre a variação e a mudança linguística, entre os anos 40 e 50 do século XX, portanto, 20 anos antes e independentemente dos estudos a que modernamente denominamos Sociolinguística, disciplina autônoma em que se investigam as relações da língua com a sociedade. Nossa tese é a de que Serafim da Silva Neto elaborou em sua obra conceitos relacionados à variação e à mudança linguística, tendo como referência as três áreas de investigação a que esteve ligado: a Filologia Românica; a Crítica Textual (edição de textos medievais portugueses) e o conhecimento de Gramáticas Antigas, tanto latinas como portuguesas. Neste sentido, o trabalho está dividido em cinco capítulos. No capítulo um tratamos de questões teórico-metodológicas adotadas. Do segundo ao quarto capítulos, organizamos o trabalho de forma a dar conhecimento a respeito dessas três áreas de atuação do filólogo carioca, apresentando os autores citados que mais contribuíram para a construção de conceitos variacionistas na sua obra. Com isso, procuramos explorar, na medida do possível, o horizonte de retrospecção de Silva Neto para, à luz da história, esclarecer como ele construiu seus conceitos a respeito da variação e mudança linguística. O quinto capítulo apresenta a aproximação entre Silva Neto, Hugo Schuchardt (1842-1927), linguista e romanista alemão, atuante no final do século XIX e início do XX, ostensivamente presente em seu horizonte de retrospecção, e William Labov (nascido em 1927), principal nome de articulação da Teoria da Variação Linguística, organizador da Sociolinguística, enquanto disciplina linguística e líder desse campo de pesquisa, para demonstrar que a proximidade de alguns conceitos teóricos presentes nas suas obras não é mero acaso. Embora temporal e espacialmente separados e filiados a correntes teóricas e metodológicas distintas, o trabalho desses autores contribui para a construção do conhecimento sobre a variação e mudança linguísticas, ainda que de forma não linear e assistemática, alcançando resultados significativos para o desenvolvimento das pesquisas nas ciências da linguagem, em diferentes campos de atuação. Buscamos, deste modo, estabelecer uma possível causalidade entre o pensamento crítico dos três autores, articulados por uma complexa rede de referências, incluindo aí Uriel Weinreich (1926-1967), em cuja obra poderíamos encontrar uma das possíveis explicações para a relação entre os autores apontados, embora ela não seja a única. Ao longo do trabalho, fazemos incursões pelos domínios da Gramaticografia portuguesa e latina, pela Crítica Textual, pela Filologia Românica, e pela Sociolinguística contemporânea, levantando subsídios que comprovem nossa tese. Discutem-se alguns conceitos linguísticos e gramaticais, analisados na perspectiva da dimensão temporal, isto é, na longa duração do tempo, o que o inscreve no contexto da História das Ideias Linguísticas, segundo o modelo de Sylvain Auroux (1992, 1998, 2006, 2008); Colombat (2007) e Colombat, Fournier e Puech (2010). |