Avaliação do efeito da administração contínua de agentes anestésicos sobre a função miocárdica de suínos submetidos à parada cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brandão, Paulo Gabriel Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-16092021-085253/
Resumo: Introdução: Disfunção miocárdica após uma parada cardíaca é um evento frequente e impõe grande morbimortalidade. Recentemente, agentes anestésicos têm sido descritos como cardioprotetores em estados de isquemia e reperfusão, sendo pouco estudados em situações de PC, justamente onde a proteção miocárdica se faz de maior utilidade. Objetivos: O objetivo deste estudo é avaliar o efeito de administrações contínuas de fentanil, sevoflurano, dexmedetomidina sobre a função miocárdica de suínos submetidos a PC. Métodos: Vinte e quatro porcos foram randomizados e submetidos à administração contínua de sevoflurano, sevoflurano associado a fentanil e sevoflurano associado a dexmedetomidina. A PC foi induzida por corrente elétrica alternada intracardíaca de 9V. Após 8 minutos do início da PC, os animais foram desfibrilados com 4J/Kg, iniciando massagem cardíaca externa e adrenalina 10g/kg a cada 3 minutos. O retorno da circulação espontânea foi considerado quando a PAM se manteve acima de 40 mmHg por mais de 10 min. Os dados foram analisados utilizando equações de estimativa generalizadas e ANOVA quando indicado. Foram avaliados dados de ecocardiograma, medidas hemodinâmicas e perfusão tecidual, troponina I, avaliação do estresse oxidativo, expressão de proteínas reguladora de apoptose e marcação de apoptose em tecido miocárdico. Foram avaliados também inflamação e lesão miocárdica por microscopia óptica e eletrônica. Resultados: A taxa de retorno a circulação espontânea (RCE) foi de 100%. Não houve diferenças no tempo de RCE e nas doses de adrenalina. O grupo fentanil necessitou de maior número de desfibrilações que o grupo DEX. Não houve diferenças nos valores de troponina entre os grupos. O índice cardíaco sofreu um aumento em relação ao estado basal nos grupos SEVO e FNT. O grupo DEX obteve uma redução do índice cardíaco quando comparado ao grupo FNT e grupo SEVO ao longo do experimento. Não foram observada diferença entre os grupos em relação ao número de células apoptóticas no miocárdio. A expressão de proteínas Bcl-2 não apresentou diferenças entre os grupos no tecido miocárdico e cerebral. A concentração de proteínas Bax no tecido cerebral foi maior no grupo DEX do que no grupo FNT. Não foi evidenciado diferenças na microscopia óptica e eletrônica do tecido miocárdico e cerebral. Conclusão: Neste modelo de parada cardíaca, a escolhas entre diferentes regimes anestésicos não conferiu diferenças na miocardioproteção, nem tão pouco na marcação de células apoptóticas e na expressão de proteínas reguladora de apoptose cardíacas. O uso de dexmedetomidina esteve associado a menores valores de índice cardíaco após o retorno a circulação espontânea.