Epilepsia Refratária e Lamotrigina: Monitorização terapêutica e resposta clínica em pacientes ambulatoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Baldoni, André de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-27092013-141728/
Resumo: Introdução: O tratamento farmacológico é primeira opção para o tratamento da epilepsia, e cerca de 40% dos pacientes não respondem à monoterapia e, sendo necessário o uso de dois ou mais fármacos antiepilépticos (FAE) para o melhor controle das crises epilépticas. Nesta situação clínica a lamotrigina (LTG) é o FAE de segunda geração com maior prevalência de uso, em associação com os demais FAE. Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico, farmacoepidemiológico, clínico e laboratorial dos pacientes com epilepsia refratária em uso de LTG, bem como verificar a racionalidade da monitorização terapêutica da LTG. Casuística e Método: Este estudo de caráter observacional e transversal foi realizado com 75 pacientes com epilepsia refratária em uso de LTG atendidos no Ambulatório de Epilepsia de Difícil Controle (AEDC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), no período de maio/2011 a abril/2012. As variáveis clínicas analisadas foram a qualidade de vida (Quality of Life in Epilepsy - Qolie-31), o perfil de eventos adversos (AEP - Adverse Events Profile) e a adesão ao tratamento medicamentoso (Morisky- Green). Os dados sociodemográficos e farmacoterapêuticos foram coletados através dos prontuários médicos. Além disso, foi realizada a dosagem da concentração plasmática da LTG e dos FAE de primeira geração. Para testar as hipóteses o nível de significância foi fixado em ? = 0,05, e intervalo de confiança de 95%. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP (no 8791/2010). Resultados e Discussão: Identificou-se elevada prevalência de uso de politerapia (97%), 29% dos pacientes apresentaram concentrações plasmáticas de LTG abaixo do intervalo de referência preconizado (< 2,5 mg/L), 45% utilizaram doses mg/kg/dia abaixo do recomendado, e 60% apresentaram comprometimento com a adesão ao tratamento medicamentoso. Os FAE de primeira geração influenciaram de forma significativa a concentração plasmática de LTG (p< 0,01). A concentração plasmática de LTG apresentou associação com a dose (mg/kg/dia) utilizada pelos pacientes (p = 0,0096). Os eventos adversos mais prevalentes foram sonolência e dificuldade de concentração. Baixos escores foram observados em todos os domínios relacionados à qualidade de vida (Qolie-31), sugerindo comprometimento significativo desse parâmetro humanístico entre os pacientes com epilepsia refratária. A qualidade de vida apresentou associação inversamente significativa com os eventos adversos obtidos pelo AEP (r = -0.69, p<0.01). Conclusão: Os pacientes com epilepsia refratária em uso de LTG apresentaram elevada prevalência de problemas clínicos, humanísticos e farmacoterapêuticos, o que demonstra a necessidade de implementação de estratégias para otimização do tratamento farmacológico, tais como, implementação efetiva e permanente da monitorização terapêutica de LTG nos serviços de saúde.