Avaliação do inflamassoma NLRP3 e da citocina IL-1β na progressão da lesão periapical em camundongos wild-type e knockout para o receptor TLR2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alves, Gabriela Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-06112024-115403/
Resumo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a participação do inflamassoma NLRP3 e da IL-1β no desenvolvimento de lesões periapicais induzidas experimentalmente em camundongos Wild-Type (WT) e Knockout para o receptor TLR2 (KO). Para o estudo, foram utilizados 55 animais, sendo 28 camundongos WT como background a linhagem C57BL/6 e 27 camundongos KO de 6 a 8 semanas de idade, pesando em média 20 gramas. Todos os animais apresentaram lesões periapicais induzidas nos primeiros molares inferiores direito e esquerdo e foram divididos e avaliados após 7, 21 e 42 dias. Após os períodos experimentais, os animais foram eutanasiados, sendo as hemi-mandíbulas dissecadas para posterior análise microscópica por meio de coloração hematoxilina e eosina (HE) (descrição do tecido pulpar e das regiões apical e periapical), histomorfometria em microscopia de fluorescência (mensuração das lesões periapicais) e imuno-histoquímica (expressão de NLRP3 e IL-1β). Os dados numéricos foram analisados por meio do software JAMOVI, sendo empregados os testes: teste U de Mann-Whitney e do teste H de Kruskal-Wallis (incluindo o teste de Dwass-Steel-Critchlow-Fligner post hoc), além do teste de correlação de Spearman, adotando um nível de significância de 5%. A análise descritiva do tecido pulpar e das regiões apical e periapical por meio da coloração de HE não mostrou diferenças entre os dois grupos de animais (WT e KO). Embora a área da lesão periapical tenha aumentado progressivamente com o tempo em ambos os grupos, observou-se diferença estatisticamente significante no período de 42 dias entre os animais WT (p=0,001), enquanto que nos animais KO a diferença estatística foi observada a partir dos 21 dias (p=0,002). Ao comparar os 2 grupos de animais, camundongos KO apresentaram maiores lesões periapicais a partir do período de 21 dias (p=0,006). Em relação ao NLRP3, foi observado que a sua imunomarcação foi maior nos camundongos WT, especialmente nos períodos de 21 e 42 dias (p=0,006 e p=0,003, respectivamente). A expressão do inflamassoma nos animais KO foi relativamente constante ao longo do tempo, enquanto nos animais WT aumentou significativamente nos períodos finais (p=0,032). Já a marcação de células positivas para IL-1β aumentou significativamente com o tempo nos animais KO (p=0,048). Além disso, quando comparados com os animais WT, os deficientes em TLR2 apresentaram maior expressão de IL-1β, havendo diferença estatisticamente no período de 42 dias (p=0,003). Ao fazer a correlação entre a expressão do NLRP3 e da IL-1β, observou-se que, nos animais WT houve uma correlação significativa, positiva e fraca (p= 0,039, ρ= 0,393), mas entre os animais KO não houve uma correlação significativa (p= 0,384). A partir das metodologias empregadas e dos resultados obtidos pode-se concluir que, na deficiência do TLR2, os animais desenvolveram lesões periapicais significativamente maiores quando comparados aos animais WT, supostamente por diminuir a formação do inflamassoma NLRP3 e por ativar, através de vias compensatórias, a citocina IL-1β de maneira mais exacerbada, a qual exerceu ação na degradação tecidual e potencializou a resposta inflamatória e a progressão da lesão periapical.