Método, metodologia, campo: a trajetória intelectual e institucional da história oral no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Corrêa, Ricardo Santhiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06012022-133027/
Resumo: Esta tese documenta e analisa a trajetória intelectual e institucional da história oral no Brasil, dos anos 1950 aos dias atuais. Suas fontes são textos brasileiros sobre história oral e diversas entrevistas com intelectuais atuantes no campo. O modelo de interpretação proposto baseia-se na identificação de quatro matrizes que originaram os debates metodológicos na área, oriundas da Sociologia, da Psicologia Social, da história pública e do modelo arquivístico de origem estadunidense. Elas são apresentadas e discutidas de maneira aprofundada na parte 1, \"Matrizes multidisciplinares da história oral no Brasil\". Em seus capítulos, são avaliadas as diferentes contribuições técnicas, metodológicas, teóricas e políticas oferecidas por esta primeira geração de profissionais que cultivou o interesse por relatos orais a partir de suas áreas de atuação. Na segunda parte, \"Um método em busca de um campo\", o trabalho da geração seguinte é focalizado. Nos anos 1980 e 1990, a área de história oral expandiu-se significativamente e tornou-se um território com autonomia estrutural. Novos pesquisadores assimilaram, transformaram e organizaram as contribuições oferecidas por cada uma das matrizes com que tiveram contato. A partir disso, dedicaram-se a uma maior difusão do método, ao estabelecimento de padrões de pesquisa e à instituição de uma prática pedagógica voltada a condensar um corpo de conhecimento transmissível. Nesse processo, dilemas e conflitos naturais tiveram lugar, envolvendo aspectos como a dogmatização de princípios metodológicos, a instauração de regras de alcance geral e o equilíbrio entre o treinamento técnico e a liberdade criativa. Na última parte do estudo, \"A face institucional\", o processo de institucionalização do campo é visitado e problematizado. Ele consubstanciou-se na criação de uma sociedade científica, em 1994, e de eventos e publicações especializadas. Em seguida, mirou a inserção internacional, tanto intelectual quanto política, do campo brasileiro da história oral.