Disfunções do assoalho pélvico em mulheres sobreviventes ao câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Aline Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-17122019-120741/
Resumo: Introdução: As disfunções do assoalho pélvico (DAP) se manifestam através dos sintomas do trato urinário inferior (STUI), disfunção anorretal e sexual. As DAP causam um importante impacto na qualidade de vida (QoL) em sobreviventes ao câncer, porém, não é conhecida a prevalência e consequências destas disfunções no Brasil. Objetivo: Verificar a prevalência de DAP em mulheres sobreviventes ao câncer. Secundariamente, pretende-se avaliar a QoL, o desempenho funcional, a função sexual, as atividades de vida diária (AVD) e saúde emocional associados às DAP. Método: Estudo transversal retrospectivo de base populacional, em mulheres com diagnóstico clínico de qualquer neoplasia no período entre 2013 e 2017 (Grupo Estudo, GE) e mulheres em seguimento clínico de rotina, sem histórico de câncer (Grupo Controle, GC). Estes grupos foram pareados por faixa etária e paridade. Todas as participantes foram entrevistadas através da aplicação do Questionário de Desconforto no Assoalho Pélvico (PFDI-20), Questionário Sexual para Incontinência Urinária e Prolapso de Órgãos Pélvicos (PISQ-12), Questionário de Impacto no Assoalho Pélvico (PFIQ-7), Questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde - Breve (WHOQOL-BREF) e Fluxograma de Avaliação de Funcionalidade (FAF). Resultado: Foram incluídas 144 mulheres (GE, n=72 e GC, n=72). A idade média geral foi 56,1 (24-79) anos. A prevalência de DAP na amostra geral foi de 87,5% (n=63). O GE apresentou uma prevalência de incontinência urinária de esforço maior que o GC (p=0,0209). Não foi observada diferença entre os grupos em relação ao escore total do questionário PFID-20 e do PISQ-12. Avaliando-se conforme as questões do referido questionário, houve diferença estatística na avaliação do domínio \"desejo\" (p=0,0003) e \"intensidade do orgasmo\" (p=0,0291), com piores escores para o GE. Não houve diferença entre os grupos na avaliação da influência das DAP na QoL, AVD e saúde emocional, avaliada pelo questionário PFIQ-7. Em relação à QoL, o GE apresentou piores pontuações nos domínios físico (p=0,0002) e psicológico (p=0,0035) e no escore total do questionário WHOQoL-BREF (p=0,0093), tendo este mesmo grupo demonstrado também pior desempenho funcional, conforme o Fluxograma de Avaliação de Funcionalidade (p<,0001). Conclusão: A prevalência de DAP foi de 87,5% em ambos grupos. O GE apresentou maior impacto na QoL nos domínios físico e psicológico, bem como também pior funcionalidade.