Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Acuna, Jorge Mauricio Herrera |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-18042018-100742/
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Resumo: |
Vicente Ferreira Pastinha, mais conhecido como Mestre Pastinha é a mais importante referência da prática que se convencionou chamar capoeira angola, e também um de seus principais pensadores. Nascido em Salvador no final do século XIX, sua vida perpassa momentos cruciais da experiência Afro-Brasileira das classes subalternas de Salvador ao longo do século XX. A partir da década de 1940, Pastinha leva adiante a proposta de preservar um estilo de capoeira, mobilizando um elemento cultural que ainda carregava negativos marcadores sociais de raça, cor e classe. Ao fazê-lo, procura inscrever também uma biografia que silencia aspectos de seu passado em favor de outros, consolidando-se como um importante intelectual da cidade gingada noção que será desenvolvida em oposição à ideia de cidade letrada. As distâncias, aproximações, travessias e tensões entre esses dois universos são os eixos da presente análise, que destaca o ambiente formador da experiência de Mestre Pastinha no período pós-abolição e seus percursos até 1971. Durante este período, o mestre sai de uma relativa invisibilidade entre os praticantes de capoeira para consolidar o Centro Esportivo de Capoeira Angola (Ceca) no Pelourinho, alcançando um amplo reconhecimento que o leva a percorrer vários estados do Brasil e a visitar a África participando do Primeiro Festival Mundial de Artes Negras no Senegal. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar, por meio da trajetória de Vicente Ferreira Pastinha, quais são as condições de emergência, experimentação, consolidação e reconhecimento de saberes subalternos e racializados na Bahia do século XX. Ao mesmo tempo, procura-se apreender os processos de formação e modificação da subjetividade de Pastinha nos entre lugares de dois polos dinâmicos de saberes: a ginga e a letra. Subjaz a esta investigação, o suposto de que Mestre Pastinha contribuiu para a construção de uma versão da democracia racial na Bahia e no Brasil, mas, paradoxalmente, para evidenciar alguns dos controversos limites dessa imaginação nacional. |