Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Thaís Diniz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-09102024-112417/
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Resumo: |
O maior desafio relacionado à restauração ecológica vai além da compreensão das interações e dinâmicas dos processos ecossistêmicos, ele está na forma como essas informações são associadas aos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Compreender os impactos socioeconômicos da restauração é essencial para traçar estratégias que potencializem os impactos positivos, aumentem o apoio de diferentes atores e garantam a sustentabilidade a longo prazo dos projetos. Apesar da sua importância reconhecida, ainda existe uma lacuna na literatura quanto ao monitoramento e percepção desses aspectos. Nesse contexto, o presente estudo foca nos impactos socioeconômicos da restauração florestal, como eles são avaliados e percebidos pelos diferentes atores. Para alcançar esse objetivo, utilizamos uma abordagem que engloba tanto os níveis global quanto o local, dividida em três capítulos. No primeiro capítulo, com foco no nível global, realizamos uma revisão sistemática da literatura científica publicada entre 1995 e 2022 a fim de levantar as variáveis socioeconômicas monitoradas nas iniciativas de restauração no mundo, os atores estudados e o tipo de participação. No nível local, o segundo capítulo envolve entrevistas com atores locais (proprietários rurais que receberam incentivos para restaurar, que não receberam incentivos e profissionais da área) para compreender suas percepções quanto aos impactos positivos e negativos da restauração florestal. Os dados coletados nos níveis global e local forneceram subsídios para a elaboração de uma proposta de aplicação regional no terceiro capítulo. Este capítulo descreve o processo participativo de elaboração de um protocolo de monitoramento de impactos socioeconômicos de projetos de restauração na Mata Atlântica, no qual por meio da síntese dos resultados dos dois primeiros capítulos e discussões com diversos atores envolvidos no processo de elaboração, sugerimos uma lista de 32 indicadores divididos em dez categorias. A revisão sistemática identificou uma lista de 241 variáveis monitoradas, sendo meios de vida e percepção sobre os impactos positivos da restauração as mais frequentes. Os atores se dividiram em 13 grupos, com predominância dos atores rurais (54,5%). O tipo de participação mais frequente foi a consulta aos atores (75,1%). Os resultados do segundo capítulo mostraram que os atores perceberam 54 impactos positivos (42,6% ecológicos, 40,7% sociais e 16,6% econômicos) e seis negativos (16,6% ecológicos, 50% sociais e 33,3% econômicos). As categorias mais expressivas foram Restauração do Capital Natural, na qual os impactos mais frequentes foram aumento da fauna e aumento da quantidade de água, e Economias Sustentáveis, onde geração e diversificação da renda e geração de empregos foram mais frequentes. Os impactos negativos que se destacaram foram perda da capacidade produtiva e julgamento dos vizinhos. Os resultados desta tese contribuem com as linhas de ação propostas para a Década da ONU da Restauração de Ecossistemas, colaborando para a divulgação dos benefícios socioeconômicos da restauração e formas de monitorá-los, fornecendo subsídios para a elaboração de protocolos de monitoramento, ao passo que realça a importância destas ações para o sucesso e longevidade dos projetos de restauração. |