Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Costa, Tassia Santos Rodrigues da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-09072020-141948/
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Resumo: |
Introdução: Pacientes tratados do câncer de mama apresentam alta incidência de complicações cardiovasculares. As alterações ocorrem em componentes do transporte de oxigênio, tais como, os sistemas pulmonar, cardiovascular, hematológico e músculo-esquelético, afetando a capacidade física. Entretanto, pouco se conhece sobre o impacto da progressão do próprio câncer de mama na função cardíaca e nos fenótipos do músculo esquelético. Objetivos: Investigamos: 1) o impacto do câncer de mama na função cardíaca e na musculatura esquelética e 2) se o treinamento físico (TF) previne possíveis alterações na morfologia e função cardíaca, nos fenótipos do músculo esquelético e na capacidade física provocadas pelo câncer de mama. Métodos: Foram estudados camundongos transgênicos femeas de câncer de mama espontâneo (MMTV-PyMT) de mesma ninhada, divididos em com (+) e sem (-) o oncogene PyMT. No estudo sobre os efeitos do TF foram utilizadas MMTV-PyMT+, divididas em grupo treinado e grupo controle não treinado. A função cardíaca, avaliada por ecocardiografia de alta resolução com imagens do speckle tracking dos eixos longitudinal, radial e circunferencial, e a capacidade física pelo teste de esforço máximo (TEMáx), foram aferidas em dois momentos: A) pré-intervenção, quando o tumor se tornou palpável e B) pós-intervenção, quando o tumor atingiu 1 cm3 de volume. O peso corporal foi avaliado a cada semana e o crescimento do tumor a cada 2-3 dias. O peso dos órgãos, músculo esquelético e tumores, as medidas histológicas do cardiomiócito e análises moleculares da via de cálcio (Western blot) e a medida da enzima citrato sintase do músculo esquelético (kit comercial), foram avaliadas após eutanásia. O TF foi realizado durante o crescimento do tumor (13 semanas), 5 dias/s, com intensidade de 50-60% do TEMáx, por 60 minutos. Resultados: A capacidade física foi reduzida em camundongos MMTV-PyMT+. O strain longitudinal (p-grupo=0,002) e o strain rate longitudinal (p-grupo=0,041) do ventrículo esquerdo estavam prejudicados em MMTV-PyMT+ quando comparadas às MMTV-PyMT-. A expressão de fosfolambam (PLB) no cardiomiócito aumentou (p < 0,0001) e a razão SERCA2a/PLB reduziu em MMTV-PyMT+ (p=0,009). Houve correlação inversa entre o strain longitudinal e a proteína em MMTV-PyMT+ (r=-0,660; p=0,014). O peso do baço e fígado foram maiores, enquanto o peso dos rins e músculos sóleo (oxidativo) e tibial anterior (glicolítico) foram menores no grupo MMTV-PyMT+ do que no grupo MMTV-PyMT-. A capacidade física foi reduzida com o desenvolvimento do câncer. O TF melhorou significativamente o strain rate longitudinal (p=0,047) e tendeu a melhorar o strain longitudinal (p=0,068). O TF reduziu a expressão da proteína PLB (p < 0,0001) e aumentou a expressão da SERCA2a (p < 0,0001), trocador cálcio/sódio (NCX) (p=0,044) e da proteína PLB fosforilada (p-PLB) (p=0,0001). O TF não alterou o peso dos órgãos e do músculo sóleo. O TF preservou a capacidade física no primeiro mês de estudo e aumentou a atividade da enzima citrato sintase nos músculos sóleo (p < 0,0001) e tibial anterior (p < 0,0001). Conclusão: O câncer de mama causa alteração subclínica na função do ventrículo esquerdo em camundongos MMTV-PyMT+, o que está associado à desregulação na via de cálcio do cardiomiócito. O TF previne as alterações na função cardíaca, o que são, pelo menos em parte, devido a uma melhora na via intracelular de Ca2+. O TF não previne a queda na capacidade física na fase crônica do câncer de mama em camundongos MMTV-PyMT+ |