O traço moderno na arquitetura religiosa paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima Junior, Márcio Antonio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-20122016-151043/
Resumo: Basicamente na base filosófica e histórica da Modernidade existe uma acentuada separação, entre a matéria e o campo mais difuso dos sentimentos e do \"espírito\". Esse dualismo também se estenderia para o campo artístico, que na arquitetura se caracterizaria na produção de projetos onde se valorizava a resolução de problemas de ordem funcional e técnica. No entanto, a arquitetura do século XX se conformaria como algo maior do que as preocupações estritamente funcionais, os próprios arquitetos precursores da Modernidade não criam que as formas simplesmente seguissem a função ou se deduzisse delas. O projeto de secularização existente na Modernidade, que visava uma sociedade baseada unicamente num modelo de racionalidade estrita não se cumpriu. O que se viu foi a continuidade de solicitação de um programa aparentemente mais voltado para questões de ordem poética e metafórica, como é o do espaço sagrado, mesmo reconhecendo que ele não mais ocuparia o centro das preocupações plásticas do século XX. Guiados por esse contexto, o estudo apresentado trata da produção da Arquitetura religiosa desenvolvida no cenário moderno paulista, identificando as continuidades, as rupturas e as novas apropriações no campo formal, funcional, litúrgico e simbólico. A identificação de diversos projetos de templos cristãos paulistas afinados com a linguagem moderna possibilitou relacionar tal produção com o processo de modernização iniciado na primeira metade do século XX, bem como analisar os projetos arquitetônicos importantes para as mudanças ocorridas no estado da arquitetura sacra. Tais projetos demonstram grande sensibilidade, ao trabalhar com formas puras, justificando dentro de um espectro estético e poético a integridade do traçado geométrico das linhas simples e abstratas para o Templo moderno. Os diversos arquitetos paulistas evidenciam em sua produção religiosa um engajamento com o projeto do espaço sacro onde é possível constatar a tradução dos pressupostos da Arquitetura Moderna para o tema. Uma construção historiográfica de base crítica orienta o trabalho, que juntamente com a apresentação de projetos pouco conhecidos, reconhece e posiciona tal produção como programa pertencente ao ideário do Movimento Moderno. Discute-se também as razões e significados formais na construção do espaço sagrado, propriedade resgatada pelos arquitetos modernos, que constantemente eram solicitados para resolver programas como este. O percurso do traço moderno recortado pelo viés religioso procura assim contribuir para um debate arquitetônico mais amplo entorno das questões relativas à historiografia da arquitetura moderna.