Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Kuzmickas, Luciane |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44144/tde-18112013-104436/
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Resumo: |
Os cemitérios são importantes fontes de resgate da memória, revelando concepções e mentalidades de épocas passadas. São locais simbólicos com rico acervo patrimonial, no que diz respeito à vida cultural, social e estética de uma dada população. No caso do Cemitério da Consolação, São Paulo, fundado em 1858, as várias etapas de desenvolvimento da cidade na qual se insere e do Brasil, estão presentes na localização, ornamentação e nos materiais empregados na construção dos túmulos, sendo a conservação desse patrimônio extremamente importante. O presente estudo propõe avaliar o estado de conservação do Cemitério da Consolação, utilizando-se métodos de análise não destrutivos, o que compreende: análise bibliográfica e iconográfica; determinação da variabilidade litológica existente; mapeamento das formas de alteração da rocha com base no Glossário Ilustrado de Padrões de Deterioração da Rocha do ICOMOS; quantificação da variação da cor da rocha com utilização do espectrofotômetro e avaliação da homogeneidade da rocha por meio da utilização do ultrassom. O mapeamento das formas de alteração compreendeu todos os litotipos existentes, enquanto as análises com o espectrofotômetro e com o ultrassom foram realizadas em mármores, abrangendo o túmulo da Marquesa de Santos, o da Pianista Luisa Crema Marzorati e a escultura Prece de Bruno Giorgi, e em um tipo específico de granito, conhecido comercialmente como Granito Itaquera, que constitui as estátuas O Sepultamento de Victor Brecheret, Interrogação de Francisco Leopoldo e Silva e Cristo de Elio de Giusto. O mapeamento das formas de alteração da rocha indicou nos túmulos a presença de: fissura, deformação, rompimento, desintegração, descamação, alveolização, erosão diferencial, perda de partes, perfuração, crosta, depósito, alteração cromática, eflorescência, incrustação, filme, grafite, pátina, sujidade e colonização biológica por líquen, musgo e planta. Foi possível constatar que as rochas carbonáticas são as que se apresentam mais degradadas, possuindo todas as formas de alteração indicadas, que se apresentam em diferentes estágios de desenvolvimento. As rochas silicáticas e silicosas desenvolvem menos formas de degradação, também em distintas intensidades, abrangendo a alteração cromática, sujidade, depósito e colonização biológica. Os dados obtidos com o espectrofotômetro evidenciaram mudanças significativas nos parâmetros de cor no Granito Itaquera e nos mármores, principalmente em variações relativas aos parâmetros colorimétricos b* e C*, indicando amarelamento da rocha. Com os resultados do ultrassom foi possível mapear zonas de menor e maior integridade pétrea nos jazigos e esculturas estudados. A partir das análises realizadas foi possível determinar os principais viii mecanismos de degradação existentes no Cemitério da Consolação, que estão vinculados à: natureza litológica, interação de materiais, poluição atmosférica, colonização biológica, condições climáticas, características arquitetônicas, vandalismo, falta de gerenciamento e métodos inadequados de conservação e restauro. Desta forma conclui-se que o Cemitério da Consolação necessita de medidas de conservação que foquem principalmente os seguintes aspectos: maior vigilância do cemitério a fim de ser evitar o roubo da ornamentação de bronze; qualificar os funcionários da necrópole no que tange a aplicação de métodos de manutenção menos agressivos às rochas; conscientização das famílias dos problemas que o abandono e o descaso podem causar aos jazigos, promovendo assim a importância da sua manutenção. Por fim cabe lembrar que o Cemitério da Consolação pode ser considerado como um museu a céu aberto, devendo ser administrado, preservado e zelado como tal. |