Uso energético de resíduos madeireiros em um pólo de produção de cerâmicas vermelhas do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Lopes, Guilherme de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-29102012-105821/
Resumo: O uso da biomassa florestal é uma importante alternativa de fonte energética renovável, econômica, técnica e ambientalmente viável, disputando espaço com outras fontes energéticas, mais caras ou não renováveis, tais como gás natural, eletricidade, óleo diesel e GLP. Dentro do setor industrial, maior consumidor de energia a partir de biomassa, destaca-se o segmento de cerâmicas vermelhas, tradicional consumidor de lenha para a produção de energia. Uma considerável parcela de empresas deste setor recentemente passou a utilizar, como alternativa de energia, cavacos, produzidos a partir de resíduos madeireiros diversos. A opção por esse tipo de biomassa se deve a quatro principais razões: maior disponibilidade desse material para aquisição no mercado; envolver um importante aspecto ambiental, uma vez que se trata de um material reciclado; por proporcionar uma maior homogeneidade durante a combustão, quando comparado com a lenha; e possibilita a automação da alimentação dos fornos. Esse material, no entanto, possui alta heterogeneidade quanto à sua composição o que influencia na maioria das suas propriedades. Os cavacos amostrados nas cerâmicas foram classificados e agrupados por similaridade, sendo encontrados 10 diferentes tipos, cuja composição poderia conter materiais sólidos decorrentes do processamento de toras de pinus e eucalipto em serrarias, resíduos madeireiros oriundos da reciclagem de materiais diversos em centros urbanos, resíduos de marcenarias e outros compostos de misturas dos demais. As análises laboratoriais mais completas permitiram a classificação dos materiais por grupos mais afins: Grupo A: contendo materiais dos tipos 1, 3, 5, 6 e 7 compostos por partículas maiores e com pouca serragem. Esse grupo foi o que apresentou maior umidade, maior densidade a granel, menor poder calorífico e menor teor de cinzas; Grupo B: contendo materiais dos tipos 9 e 10, que continham mais partículas menores e principalmente serragem, apresentando menor umidade, menor densidade a granel, maior poder calorífico e maior teor de cinzas; Grupo C, concentrando os tipos 2, 4 e 8, que possuíam uma mistura mais proporcional entre partículas maiores e menores, apresentando resultados intermediários entre os Grupos A e B para as variáveis analisadas. As classificações obtidas abrem possibilidades para a proposição de critérios para a melhoria de aspectos ligados à aquisição e utilização dos resíduos madeireiros pelo setor. No mérito dos resultados específicos dos materiais, os tipos 1 e 6 foram os que ocorreram com maior frequência, estando presentes na maioria das amostras, além de ocorrerem na grande maioria das cerâmicas amostradas e ao longo de todo o período da amostragem. O cavaco do tipo 1, composto basicamente por resíduos de serraria de pinus, foi o mais frequente e considerado preferido pelo setor de cerâmica. Tal aspecto deve ser ponderado frente à tendência de escassez desse produto, dada a tendência de diminuição dos plantios da espécie no país. A densidade a granel teve correlação diretamente proporcional com a umidade, consequência dessa avaliação ter sido realizada com o material em seu estado \"in natura\". Tal aspecto é relevante, pelo fato da comercialização de cavacos para energia ser realizada com base em volume.