Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Campos, José Guilherme Ferraz de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-26112013-194653/
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Resumo: |
A questão das mudanças climáticas é indicada como um dos principais desafios atuais à humanidade. As empresas, enquanto ator importante da sociedade, inicialmente se mostraram refratárias à imputação da responsabilidade parcial pela questão das mudanças climáticas, tendo, por vezes, uma postura de negação quanto a sua ocorrência e contra a imposição de regulações que as obrigassem a reduzir suas emissões. Atualmente, contudo, as empresas têm se mostrado mais proativas no desenvolvimento de ações visando gerir as mudanças climáticas, o que inclui a mensuração e o estabelecimento de metas quanto às suas emissões de gases de efeito estufa, o desenvolvimento de estratégias de mitigação das emissões e a adaptação a possíveis consequências das mudanças climáticas. Isso tem ocorrido pela constatação das empresas de que as mudanças climáticas encerram tanto oportunidades quanto riscos aos seus negócios, sendo esta dinâmica variável de acordo com a visão estratégica da empresa a respeito da questão, dos países onde a empresa atua ou do setor ou cadeia produtiva da qual faz parte. Da mesma forma que vem acontecendo com outros aspectos da estratégia empresarial, a dimensão ambiental, incluindo a questão das mudanças climáticas, também tem sido observada sob o prisma da cadeia produtiva. A cadeia produtiva de carne bovina no Brasil se mostra muito sensível a essa dinâmica, seja porque a pecuária de corte bovina é bastante dependente do ambiente natural, seja porque é apontada como sendo responsável pelo maior volume de emissões de gases de estufa no Brasil e frequentemente é vista e sofre pressões por parte de diversos stakeholders, que a questionam a respeito de seu impacto ambiental. Por outro lado, a pecuária de corte bovina tem um eminente papel no país em termos econômicos, sociais e territoriais. Diante desse cenário, a presente dissertação tem como objetivo identificar as estratégias, desafios e oportunidades da cadeia produtiva de carne bovina no Brasil em relação à gestão das mudanças climáticas. Metodologicamente, optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, utilizando-se da estratégia de estudo de caso de três empresas atuantes no Brasil, cada qual representando cada um dos principais elos dessa cadeia produtiva: Grupo JD/Fazenda São Marcelo, o pecuarista; O Grupo Marfrig, o frigorífico e a indústria alimentícia; e o Grupo Carrefour, o varejo. Os resultados mostram que todos os elos da cadeia produtiva apresentam visão estratégica sobre as mudanças climáticas e têm desenvolvido estratégias relativas à gestão das mudanças climáticas, sendo que o frigorífico se mostrou o elo mais desenvolvido. Como principais oportunidades, observam-se fontes de financiamento e outras técnicas visando o aumento de produtividade da pecuária, melhorias de processos produtivos e logísticos nos frigoríficos e varejistas, e mecanismos que contribuem para o aprimoramento da coordenação da cadeia bovina a partir da questão ambiental. Como principais desafios, menciona-se o aprimoramento das metodologias para mensuração das emissões, a limitação da expansão territorial da fronteira agrícola e o investimento nas ações de adaptação. |