Associação entre introdução precoce de alimentos complementares e depressão pós-parto em mulheres com histórico de depressão na gravidez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fernandes, Luciana Barbiere
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-04092019-142219/
Resumo: INTRODUÇÃO: Alimentação adequada e saudável é essencial para o pleno desenvolvimento infantil. A alimentação complementar (AC) deve ser iniciada de maneira oportuna e segura, suprindo as necessidades nutricionais da criança. Mães com depressão pós-parto (DPP) apresentam dificuldades nos cuidados gerais e nas práticas relacionadas à alimentação da criança. O objetivo do presente estudo é verificar a associação entre DPP e introdução precoce de alimentos complementares (IPAC), aos 4 meses de idade da criança, e descrever a frequência de alimentos introduzidos precocemente. METODOLOGIA: Estudo transversal, realizado entre agosto de 2013 a agosto de 2014, a partir de dados coletados entre 6 e 9 meses após o parto de 326 puérperas que já haviam participado de ensaio de comunidade (PROGRAVIDA). Dados referentes a IPAC e outras informações foram coletados por meio de questionário estruturado. A DPP foi avaliada por meio do \"Patient Health Questionnaire-9\". Modelos de regressão de Poisson com variância robusta, seguindo modelo hierárquico, foram usados para avaliar a associação entre DPP e IPAC. No modelo bruto foi estimada a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95% (IC95%) entre DPP e IPAC, levando-se em conta a randomização das participantes no estudo original. No modelo multivariado foram estimadas as RP e IC95% entre DPP e IPAC, ajustadas por variáveis sócio demográficas e socioeconômicas (etnia, escolaridade, renda familiar mensal, situação de trabalho materno e situação conjugal), dados maternos (idade, número de filhos e tipo de parto), dados perinatais (idade da criança e peso ao nascer) e dados da criança (uso de chupeta e aleitamento materno). A análise estatística foi realizada com uso do programa STATA 12 e o nível de significância estatística foi considerado igual ou inferior a 5%. RESULTADOS: A prevalência geral de IPAC foi de 75,8% (IC95% 0,71-0,80). No modelo bruto, não foi encontrada associação entre depressão e IPAC (RP:0,97; IC 95% 0,83 - 1,14). Na análise multivariada, constatou-se menor prevalência de IPAC entre mulheres que ainda amamentavam aos 6 meses, naquelas que trabalhavam fora e entre aquelas com menor renda familiar. A estimativa da associação bruta entre DPP e IPAC não se modificou significativamente após ajustes para possíveis variáveis confundidoras. Portanto, puérperas com depressão grave à moderada não apresentaram diferenças na IPAC, comparadas às mulheres sem depressão ou com depressão leve (RP:0,96; IC 95% 0,81 - 1,12). Os alimentos com maior proporção de introdução precoce foram água, chá e outros leites, e os com menor proporção foram carnes, arroz e feijão e massas, não havendo diferenças entre os grupos¸ segundo depressão materna. CONCLUSÃO: Verificou-se elevada prevalência de IPAC, independentemente dos níveis de depressão. Intervenções para restringir a IPAC não devem priorizar o estado de humor da mulher no puerpério, mas sim a prática do aleitamento e aspectos sociais, tais como renda familiar e trabalho externo da mãe