Injustiça ambiental e conflitos por água em Belo Monte: o caso dos Yudjá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Tozi, Shirley Capela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-27122021-182919/
Resumo: Ao longo da história do Brasil os povos originários foram invisibilizados. Esta caracterização possibilitou ao Estado intervir nos territórios reconhecidos ou não. Desta maneira, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte se estabeleceu no rio Xingu, seccionando a volta grande do Xingu, lar dos Yudjás. A seca proposital na volta grande do rio Xingu teve várias consequências, dentre elas o estranhamento do rio, pela reconfiguração da vida que foi obrigado a ter. É fato que os estudos realizados não foram suficientes para dimensionar a manutenção da vida e que os principais afetados se quer foram consultados para efetivação do empreendimento. A cada fase do empreendimento vários conflitos e injustiças ambientais são relatados. O território e a territorialidade dos Yudjás foram metamorfoseados, trocados por geração de energia. O que corroborou para que o hidrograma do consenso não fosse consenso. Desta maneira, a Terra Indígena Paquiçamba e seu povo Yudjá é o objeto de estudo desta tese, tendo como objetivos identificar os conflitos territoriais na Terra Indígena, considerando sua relação territorial e ancestral e analisando a forma que o Estudo de Impacto Ambiental trata os povos originários, em especial os Yudjás, e como são dirimidos os conflitos e injustiças ambientais ocasionados. Como hipótese consideramos que mesmo com o protagonismo dos povos originários durante o processo de licenciamento da UHE e seu funcionamento os discursos e ações valorativos entre o uso do território para geração de energia e a restrição no uso e acesso a água resulta em conflitos e injustiças ambientais. Como procedimentos metodológicos foram utilizados pesquisa documental e revisão bibliográfica. Como métodos científicos utilizamos o método de procedimentos, utilizando o método estatístico, o histórico e o comparativo, utilizando os diálogos, as narrativas sociais e as teorias sobre território, territorialidade, injustiças ambientais e conflitos territoriais. As primeiras conclusões sobre a caraterização e sujeitos do conflito são evidenciados, mas, ainda em processo, ou seja, os Yudjás continuam a lutar por seu território contra a sede por geração de energia. É parte disso que vamos mostrar.