Estudo de polimorfismos genéticos em portadores de hipertensão arterial resistente controlada e não controlada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cavalcanti, Luiz Henrique da Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-27122019-085033/
Resumo: Introdução: A Hipertensão arterial resistente (HAR) é uma condição que está associada a aumento do risco de desfechos cardiovasculares adversos e morte. Estudos demonstram que idade, obesidade, diabetes, doença renal crônica, apnéia obstrutiva do sono e descendência africana têm sido correlacionados com resistência ao tratamento antihipertensivo. Entretanto, tais elementos justificam apenas parcialmente a incidência de HAR, o que sugere que outros contribuintes, incluindo fatores genéticos, podem estar presentes nesta população. Objetivos: O objetivo primário é avaliar a associação entre o controle da pressão arterial (PA) e a frequência genotípica encontrada nos polimorfismos rs1801252 e rs1801253 do gene ADBR1, rs699 do gene AGT e rs2297518 do gene NOS2 em pacientes com HAR. De modo secundário, nosso objetivo é descrever o perfil fenotípico dos hipertensos resistentes atendidos no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e comparar as frequências alélicas encontradas neste estudo com as descritas na literatura. Métodos: Estudo observacional, de caráter transversal, unicêntrico, realizado através de pesquisa genética em pacientes atendidos em ambulatório especializado. Os indivíduos foram divididos em 2 grupos: HAR controlada e não controlada. Na análise estatística, o teste exato de Fisher foi utilizado para avaliar se existiam diferenças nas proporções de cada uma das variáveis de interesse nos grupos com HAR controlada e não controlada. O teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado para avaliar se havia diferenças nas frequências relativas dos genótipos de cada polimorfismo avaliado. Foi considerado significativo P < 0,05. Resultados: A amostra total de hipertensos resistentes foi constituída de 142 pacientes, incluindo 82 controlados e 60 não controlados. Das características iniciais, apenas a presença de hipertrofia ventricular esquerda (p=0,008), a quantidade de anti-hipertensivos em uso (p=0,03), além dos valores pressóricos no consultório e na MAPA apresentaram diferença estatística significante entre aqueles com HAR controlada e não controlada. As frequências genotípicas que envolveram os polimorfismos rs1801252 e rs1801253 do gene ADRB1 não apresentaram diferença significativa (p=0.583 e p=0.180, respectivamente). Entretanto, quando realizamos a comparação através do modelo alélico, houve uma maior tendência de controle da pressão arterial naqueles pacientes com o alelo G em homozigose (p= 0,092). Adicionalmente, as prevalências dos genótipos encontradas nos polimorfismos rs699 do gene AGT e rs2297518 do gene NOS2 também não foram diferentes entre os dois grupos (p=0.659 e p=0,950 respectivamente). Conclusão: As frequências genotípicas dos polimorfismos envolvendo os genes ADRB1, AGT e NOS2 não diferiram entre os hipertensos resistentes com bom controle pressórico e aqueles com controle inadequado, sugerindo que estas variantes não tenham grande impacto na refratariedade ao tratamento deste restrito grupo de pacientes. Entretanto, estudos maiores sobre o assunto são essenciais para que possamos entender melhor as vias fisiopatológicas envolvidas na HAR e consigamos ajudar no desenvolvimento de novas intervenções terapêuticas para esta população.