Atendimento psicossocial: um estudo com psicólogo(a)s que trabalham em CREAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lisboa, Camila Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-13062024-090650/
Resumo: Este estudo busca investigar como psicólogo(a)s que trabalham em CREAS compreendem o termo atendimento psicossocial, sugerido por normativas do SUAS e referências técnicas do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) como uma das atribuições do trabalho em CREAS. Entre seus objetivos específicos, investigou-se: (1) se o(a)s psicólogo(a)s do estudo mencionam o termo atendimento psicossocial enquanto uma de suas atividades de trabalho, (2) se esse termo é utilizado no cotidiano da equipe da qual faz parte esse(a) profissional e (3) possíveis semelhanças e diferenças na forma do(a)s profissionais da pesquisa compreenderem o termo atendimento psicossocial (e, se for o caso, executarem esse atendimento em seus cotidianos de trabalho). Como método de investigação, foi empreendido um estudo bibliográfico e documental, a fim de ampliar uma compreensão geral sobre o tema, e também entender como o atendimento psicossocial é concebido tanto por essas normativas quanto por materiais de referência técnica para a atuação da Psicologia em CREAS. Entretanto, o foco principal da análise recaiu sobre entrevistas realizadas com psicólogo(a)s desse campo. Utilizou-se entrevistas semi-estruturadas para obtenção de informação e a Análise do Discurso como método de análise de dados. Os fundamentos teórico-metodológicos foram pautados, especialmente, em perspectivas do Construcionismo Social. Como um dos resultados da pesquisa, constatou-se a polissemia em torno das compreensões sobre o atendimento psicossocial, sendo que as psicólogas participantes relataram tanto não utilizar o termo quanto utilizá-lo ocasionalmente no ambiente de trabalho, sem que exista um consenso de significados estabelecidos pela equipe sobre ele. As categorias de respostas das pessoas entrevistadas se concentraram em dois principais eixos: aquele que descreve o atendimento psicossocial como diferente da prática clínica individual e aquele que traduz o termo uma atuação de perspectiva interdisciplinar (com destaque ao trabalho conjunto entre Psicologia e Serviço Social). O estudo conclui que psicólogos não estão apenas reproduzindo práticas, e sim as (re)criando diante de seus trabalhos cotidianos. Nota-se, ainda, que mudanças na prática profissional parecem estar ocorrendo muito mais rapidamente do que mudanças na formação em Psicologia, cujos saberes, referenciais, currículos da graduação e instrumentais necessitam de adaptar diante dos desafios colocados pelas demandas da sociedade brasileira à Psicologia dentre elas, trabalho no SUAS e no campo da violação de direitos.