Perfil nutricional, metabólico e alimentar de pacientes portadores de transtornos mentais em tratamento com psicofármacos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Agliussi, Rosina Gabriela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13052024-152819/
Resumo: Sabe-se que os portadores de esquizofrenia (ESQ) e de transtorno afetivo bipolar (TAB), constituem um grupo de risco para o desenvolvimento de alterações nutricionais, alimentares e metabólicas, justificadas na maioria das vezes pelo tratamento medicamentoso e pelas mudanças de vida ocorridas com os mesmos após o surgimento de doença. Estudos desenvolvidos ao longo dos anos mostram que esses pacientes apresentam aumento de peso, alterações da taxa metabólica basal, na ingestão alimentar, nos níveis de leptina e grelina e síndrome metabólica. Diante disso o objetivo do presente trabalho foi conhecer o perfil alimentar, nutricional e metabólico dos portadores de TAB e ESQ, em tratamento com psicofármacos. A amostra foi composta por 54 pacientes, perfazendo um total de 31 com ESQ (24H e 7M) e 23 com TAB (5H e 18M). Foram realizadas medidas antropométricas de peso, altura, circunferência abdominal (CA) e cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal). A avaliação da composição corporal foi realizada através do método de bioimpedância elétrica (BIA) e a avaliação bioquímica e metabólica foi realizada através da glicemia a insulina de jejum e lipidograma. Para avaliar a presença de SM foram considerados os critérios adotados pelo NCEP/ATP III. O consumo alimentar foi avaliado pela aplicação de 2 recordatórios de 24h e de 1 registro alimentar de 3 dias. Para verificar possíveis mudanças na vida dos pacientes após surgimento da doença foram aplicados 2 questionários com questões relacionadas a alterações na rotina, peso, apetite e consumo alimentar. Os resultados demonstraram alto índice de pacientes sem atividade laboral (74,1%), sem atividade física (68,5%), com aumento do apetite (62,9%) e aumento do peso (79,6%). Os pacientes com TAB apresentaram 25,8% de obesidade, 73,9% de obesidade abdominal e 34,8% de SM. Entre os pacientes com ESQ foi encontrado 45,1% de obesidade, 51,6% de obesidade abdominal e 41,9% de SM. Os pacientes com ESQ apresentaram piores valores de VLDL, triglicérides e glicemia (34,7±15,9 vs 26,3±11,1; 224,4±171,4 vs 131,1±54,8; 89,9±9,4 vs 85,0±8,1) respectivamente. Os pacientes com ESQ do sexo feminino apresentaram piores IMC e CA quando comparadas as pacientes com TAB do sexo feminino (33,3±2,3 vs 29,2±5,9; 108,2±4,2 vs 94,8±12,8). Entre os pacientes com TAB e ESQ do sexo masculino não foram encontradas diferenças significantes. Os usuários de antipsicóticos atípicos apresentam mais alterações na composição corporal e bioquímicas dos que os usuários de outras classes medicamentosas. Não foram observadas diferenças na ingestão de nutrientes entre os 2 grupos de pacientes. Esses resultados demonstram que esses pacientes, apresentam alterações na rotina diária, alta prevalência de obesidade e SM, compreendendo assim um grupo de risco para o desenvolvimento de alterações metabólicas e cardiovasculares, sendo necessário estabelecer precocemente estratégias de tratamento que permitam prevenir ou atenuar essas complicações.