Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Martinez, Juliana Zeggio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-07082017-162157/
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Resumo: |
Em tempos de globalização neoliberal, a Educação Superior tem sido fortemente afetada pela intensificação de discursos, políticas e práticas de internacionalização. Grande parte das pesquisas pauta-se no entendimento de que internacionalizar seja uma alternativa lucrativa para atender as exigências da globalização. Ao mesmo tempo, pesquisas indicam que internacionalizar a universidade significa mais do que apenas a promoção de mobilidade estudantil, pois seus efeitos trazem benefícios para o mundo interconectado e em constante intercâmbio. Esta pesquisa busca desafiar tais formas de entendimento. Desse modo, investiga e problematiza o emaranhado de sentidos que constituem o cenário da internacionalização da Educação Superior em duas universidades públicas brasileiras. Seu ponto de partida está no pressuposto de que internacionalização, globalização, capitalismo e neoliberalismo estão imbricados e precisam ser analisados criticamente. Com base no programa latino-americano de modernidade/colonialidade, a pesquisa debruça-se em outro paradigma epistemológico, com o intuito de complexificar a forma celebratória de conceituação da internacionalização. Fundamentada no trabalho de pensadores e pesquisadores latino-americanos, especialmente Enrique Dussel, Anibal Quijano, Ramón Grosfoguel, Santiago Castro-Gómez e Linda Alcoff, internacionalização é problematizada a partir dos conceitos de colonialidade do poder, exterioridade, diferença colonial e racismo epistêmico. A pesquisa puxa fios e investiga pistas e rastros do que fundamenta a internacionalização. Sua proposta de análise volta-se ao imbricamento da linha da colonialidade e da linha da nova ordem mundial que materializam no que se define por internacionalização da Educação Superior. Os objetivos gerais da pesquisa são investigar e discutir o papel que políticas de internacionalização desempenham nas instituições participantes, bem como na problematização e ressignificação dos sentidos de ética, justiça social, cidadania global e democracia. Os dados foram gerados por meio de entrevistas, aplicação de questionários e análise documental. Os principais resultados apontam: a) uma mudança de base epistemológica na relação entre Sul e Norte Global, desafiando relações histórico-sociais; b) uma preocupação das instituições brasileiras com a internacionalização local, distanciando-se assim dos entendimentos de internacionalização mais comuns no Norte Global; c) a necessidade de mais atenção, por parte das universidades, na questão da interculturalidade como aspecto central da internacionalização. |