Os modelos da experiência ou a experiência dos modelos: introdução ao estudo cerimonial xikrin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Paes, Francisco Simoes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-03092007-135751/
Resumo: Esta dissertação propõe-se a fazer um mapeamento e um exercício das possibilidades de pesquisa sobre a atividade cerimonial dos índios Mebengokre (Kayapó), particularmente do subgrupo conhecido como Xikrin do Cateté, do sudoeste do Pará. A partir de uma revisão bibliográfica sobre a expressão músico-ritual indígena e sobre os processos sócio-cosmológicos que a sustentam, os principais temas explorados no trabalho giram em torno da noção xikrin de pessoa, sua construção, classificação e transformação. O pano de fundo do trabalho é a hipótese, presente na literatura, de que a produção da identidade mebengokre congrega variados domínios espaço-temporais e, possivelmente, diferentes alteridades do cosmo. Na primeira parte desta dissertação, acompanho duas discussões: (1) o lugar da \"música\" nos estudos antropológicos da experiência indígena e (2) os trabalhos sobre os Mebengokre à luz dos debates contemporâneos em torno da etnologia amazônica. Ambas as discussões convergem para a possibilidade da hipótese acima mencionada. Na segunda parte, exploro três contextos nos quais se verifica o jogo identidade-alteridade na construção da pessoa, especialmente de seu corpo: (1) as noções relacionadas às faculdades sensitivas do corpo e a maneira como elas fazem a mediação com diferentes domínios sócio-cosmológicos; (2) as possibilidades ou impossibilidades, ao longo do ciclo de vida, de um indivíduo se relacionar com a alteridade; e (3) o contexto coletivo no qual esses contatos potencializam-se: ao longo dos períodos cerimoniais.