Formação de agentes comunitários de saúde para o desenvolvimento de práticas de atenção básica relativas ao consumo prejudicial de drogas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cordeiro, Luciana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-18072014-161109/
Resumo: Esta investigação toma como objeto o desenvolvimento de recursos teórico-práticos dos trabalhadores da saúde na atenção básica (AB), particularmente os agentes comunitários de saúde (ACS), para lidar com problemas relativos ao consumo de drogas dos moradores da área de abrangência de Unidades de Saúde da Família (USF). As práticas da AB voltadas para a problemática das drogas constituem preocupação de toda equipe de saúde. Os ACS são particularmente afetados porque se deparam cotidianamente com situações muito próximas diante das quais se sentem despreparados, o que ocasiona frustação e desgaste. A partir da orientação paradigmática da redução de danos e dos pressupostos da educação emancipatória, o objetivo geral desta investigação foi construir um arcabouço teórico-metodológico e operacional para conduzir a formação de trabalhadores sobre drogas da AB. Trata-se de uma pesquisa-ação emancipatória, que contou com 18 ACS de quatro USF do distrito de Sapopemba, município de São Paulo. Foram realizadas 9 oficinas de educação sobre drogas e mais 6, para elaboração de material de apoio. Os dados foram analisados a partir de duas categorias de análise: 1) a unidade objeto-sujeito, conforme tomada pelas práticas em saúde da AB relacionadas ao consumo prejudicial de drogas e 2) o processo de trabalho, que se processa na AB e em que participa o ACS. Os resultados foram organizados em dois temas, que expressam a avaliação do processo educativo realizado: transformação das concepções sobre drogas e usuários de drogas; transformação nas práticas de trabalho do ACS envolvendo o consumo prejudicial de drogas. Pode-se afirmar, a partir dos resultados obtidos, que as concepções sobre drogas e sobre usuários de drogas se transformaram no sentido de agregar elementos sociais na cadeia de determinação do consumo prejudicial de drogas, e de desculpabilizar os usuários e suas famílias. Mecanismos ideológicos, como os que estão na base do processo de construção social de bodes-expiatórios. face ao problema do consumo de drogas, foram descortinados. Coerentemente, as propostas de práticas a serem adotadas no espaço da AB pelos ACS também se modificaram para agregar elementos da dinâmica social nos territórios de atuação da AB e ao mesmo tempo para rever o fardo da frustração frente às práticas adotadas até então. Contradições encontradas no trabalho e na vida dos ACS também foram discutidas na sua essência. Os ACS mostraram que suas práticas são políticas e como tal devem estimular o engajamento sócio-político, o movimento social, e a reflexão acerca dos determinantes sociais do consumo prejudicial de drogas, para que as necessidades de saúde dos diferentes grupos sociais sejam reivindicadas. Para dar fechamento ao processo de pesquisa-ação, elaborou-se o caderno de trabalho do ACS, com a contribuição de todos os participantes. Considera-se que os procedimentos teórico-metodológicos adotados: foram essenciais na transformação das concepções sobre drogas e usuários de drogas e das práticas envolvendo o consumo prejudicial de drogas; compuseram o alicerce para a proposição de práticas críticas na área de drogas na AB. Dessa forma, é possível afirmar que esta é uma formação essencial aos trabalhadores da AB