O agente comunitário de saúde na mediação de saberes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Bornstein, Vera Joana
Orientador(a): Stotz, Eduardo Navarro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4483
Resumo: O objetivo deste trabalho é estudar o papel do agente de saúde como mediador na apropriação do conhecimento tecnocientífico em saúde pela população e na permeação dos serviços pelo saber popular. Devido à sua origem e experiência de vida, o agente se encontra imerso no conhecimento popular e, por outro lado, pela sua formação e experiência profissional, incorpora o conhecimento científico. Parte-se da identificação de uma potencialidade nos agentes de saúde para assumirem a posição de educadores populares e ao mesmo tempo pretende-se caracterizar o conflito entre as lógicas institucional e comunitária que fundamentam as diferentes formas de mediação assumidas: convencedora; reprodutora e/ou transformadora. A pesquisa foi realizada no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, RJ onde o material empírico foi coletado por meio de análise documental, entrevistas e observação participante. Como forma de abordagem no tratamento dos dados da pesquisa, o caminho escolhido foi o que Minayo56 denomina a hermenêutica-dialética. Ao classificar os dados utilizei as figuras metodológicas “expressão chave” e “idéia central” desenvolvidas por Lefèvre & Lefèvre66, mantendo, entretanto, na apresentação e discussão dos resultados, o discurso individual. O PACS e o PSF são apresentados pelo Ministério de Saúde como estratégias que visam a reorientação do modelo assistencial a partir da Atenção Básica, tendo no ACS um dos elementos centrais cujo papel mediador é consensual. Mas os resultados apresentados mostram que as formas de mediação praticadas pelos ACS são muitas vezes contraditórias. Dependem em parte de opções individuais e em parte das cobranças institucionais que privilegiam as formas de mediação convencedora e reprodutora. No entanto, é na mediação transformadora que a mudança do modelo assistencial poderia encontrar um suporte fundamental. Aponto ainda algumas sugestões que poderiam fortalecer a mediação transformadora e a permeação dos serviços pelas necessidades e demandas da população.