Pura alegria, acredita que acontece! Infâncias, identidades negras e educação na escola de samba Camisa Verde e Branco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paula, Roberta Cristina de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-27052019-143842/
Resumo: Este texto refere-se à pesquisa de doutorado que teve como objetivo conhecer as infâncias de meninas e meninos da Ala Pura Alegria, da Associação Cultural Social Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco, da cidade de São Paulo, trazendo suas vozes e de outras/os componentes da agremiação para problematizar o papel da Escola de Samba no processo de construção das identidades negras e da Educação das crianças da referida Ala. O objeto de pesquisa propôs a intersecção entre infâncias, identidades negras, Escola de Samba e Educação, apresentando a interrogação: Seria a Escola de Samba um espaço onde é possível se reconhecer a existência de elementos simbólicos e concretos para a construção das identidades negras de meninas e meninos? A investigação teve como principais campos teóricos de referência a Pedagogia e as Ciências Sociais, com destaque para os Estudos Sociais da Infância e a Antropologia. O método de pesquisa etnográfica buscou o levantamento de dados por meio da observação participante nas atividades da Ala das Crianças, em outros eventos da agremiação e de conversas informais, com registros em caderno de campo, além de entrevistas semiestruturadas com as crianças e seus familiares, com a Coordenadora e com o Apoio da Ala. As análises dos dados revelam que a Escola de Samba pesquisada consolida-se como um dos pedaços do Samba na cidade de São Paulo, entendendo o Samba como cultura negra de resistência, caracterizado como um terreiro para as vivências das infâncias de meninas e meninos, que possibilita o acesso às culturas do Samba, através de diferentes linguagens, com destaque para a música e para a dança, elementos para o reconhecimento e valorização de nossa negritude. A partir das relações com diferentes sujeitos, há a construção das identidades étnico-raciais, de idade/geração e de sexo/gênero notando-se elementos de afirmação e contradição relativos às categorias destacadas. Há também aspectos que apontam para um protagonismo infantil, ainda restrito, todavia, em razão da estrutura da agremiação, que se respalda em relações hierárquicas, limitando a troca de ideias, opiniões, conhecimentos e saberes entre as/os envolvidas/os. Desconstruindo um discurso de vir-a-ser, meninas e meninos demonstram que são sambistas na atualidade, independentemente de suas idades, respondendo com grande empenho e dedicação e tornando-se referências para os demais segmentos da Escola ao colaborarem com a manutenção e a afirmação da sua agremiação carnavalesca. Assim, mais do que se iniciarem no Samba, enunciam uma educação através dele e por ele.