Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos Neto, Nestor Cordeiro dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-22062023-145730/
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Resumo: |
Introdução: A COVID-19 é uma doença espectral, usualmente mais grave nos pacientes idosos. Sua fisiopatologia compreende a lesão endotelial, com trombogênese e inflamação consequentes. A liberação aumentada de biomarcadores trombóticos e inflamatórios como o dímero-d, troponina, ferritina, proteína C reativa e IL-6 está associada a gravidade e a pior prognóstico dessa doença. Os estudos clínicos são controversos a respeito da eficácia da heparina e do tocilizumabe em melhorar desfechos por meio da modulação de trombogênese e de inflamação. Objetivo: Avaliar a eficácia da heparina e do tocilizumabe na redução dos biomarcadores inflamatórios e trombóticos em pacientes idosos com infecção grave pela COVID-19. Metodologia: Trata-se de um subestudo do ensaio clínico multicêntrico HEPMAB que avaliou pacientes com COVID-19 grave em oito hospitais terciários no Brasil de novembro 2020 a agosto 2021. Foram selecionados pacientes com necessidade de O2 suplementar de pelo menos 4 L/min para manter saturação periférica de oxigênio acima de 93%. Os participantes foram randomizados na proporção de 1:1:1:1 para receber anticoagulação terapêutica ou profilática com heparina associada ou não ao tocilizumabe. Este estudo avaliou a eficácia das diferentes estratégias de tratamento na redução de troponina I, NT-proBNP, proteína C reativa, ferritina, interleucina 6 e dímero-D comparando os níveis séricos entre o sétimo dia após o início do tratamento e o dia da randomização, de forma segmentada entre pacientes idosos e não idosos Resultados: Na amostra de pacientes idosos com COVID-19 grave, sete dias após o início do tratamento, observou-se declínio na PCR e manutenção dos níveis de ferritina, independentemente do tratamento. A IL-6 elevou-se nos idosos que receberam anticoagulação terapêutica com tocilizumabe (p=<0,001) e reduziu-se naqueles sob anticoagulação terapêutica isolada (p=0,018). A troponina teve aumento significante nos idosos submetidos a anticoagulação terapêutica sem tocilizumabe (p=0,011) e profilática com tocilizumabe (p=0,022). Os idosos que receberam heparina terapêutica sem tocilizumabe tiveram níveis mais elevados de dímero-d (p=0,028) e menores de NTproBNP (p=0,043). Alta hospitalar ou redução de pelo menos 2 pontos na escala ordinal da OMS em 30 dias foi obtida em 57/110 pacientes idosos, sem diferença estatisticamente significante dos grupos de tratamento comparados com o grupo anticoagulação profilática (p=0,126). A mortalidade observada em 30, 60 e 90 dias, o tempo de internação hospitalar e em UTI, o período em uso de ventilação mecânica, a necessidade de vasopressores, e a incidência de complicações renais e cardiovasculares não foram diferentes nos idosos quando comparados aos nãoidosos, independente do regime terapêutico aplicado. A incidência de sangramento maior foi superior no estrato de pacientes idosos sob uso de anticoagulação terapêutica em comparação aos mais jovens (p=0,012). Conclusão: O uso de diferentes doses de anticoagulantes associado ou não ao tocilizumabe não resultou em redução efetiva dos níveis de biomarcadores inflamatórios e trombóticos em pacientes idosos com a forma grave de COVID-19. A heparina em dose terapêutica, associada ou não ao tocilizumabe não resultou em benefício clínico nesses pacientes, além do fato de a heparina terapêutica ter tido como consequência o aumento dos casos de sangramento maiores nos idosos |