Avaliação da punição altruísta em jogo do ultimato e escolhas intertemporais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tibúrcio, Gabriela Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-16052019-152212/
Resumo: Tomadas de decisões intertemporais envolvem escolhas entre opções, cujas consequências ocorrem em diferentes intervalos. Os tomadores de decisões tendem a preferir recompensas menores e mais cedo sobre recompensas maiores e tardias, refletindo em descontos de resultados atrasados. Dentre os vários fatores motivacionais, que podem influenciar nas Escolhas Intertemporais, pode ser considerado o papel moral como relevante. O modelo do Jogo do Ultimato é usado, especialmente, para examinar a interferência das ações éticas sobre o comportamento econômico. Entende-se a rejeição de uma oferta baixa nesse jogo como uma punição altruísta, aplicada como estratégia de recuperar uma cooperação justa. Os fatores psicológicos que motivam essa \"punição altruísta\" não são totalmente compreendidos. Para alguns, a punição altruísta é um ato ético de aplicação da norma de justiça, que requer autocontrole, enquanto outros afirmam que é um ato impulsivo, dirigido principalmente pela emoção. Nosso objetivo foi avaliar se a punição altruísta de participantes apontados no contexto do Jogo do Ultimato tem relação com o autocontrole nas distribuições de Escolhas Intertemporais. Um total de 100 participantes realizou o procedimento, individualmente. O software PAJUEI usado contém uma série de 27 ofertas no formato do Jogo do Ultimato e 130 séries de Escolhas Intertemporais. No Jogo do Ultimato, foram ofertados nove níveis de porcentagens entre 3-50% de três recompensas fixas (R$50,00; 100,00 e 150,00), em que o participante tinha duas opções de resposta: aceitar ou recusar. Na fase seguinte das Escolhas Intertemporais, foram apresentadas duas opções: uma de tempo de recebimento imediato e menor valor monetário e a outra com um tempo de recebimento tardio e maior valor monetário. Foram empregados cinco diferentes atrasos de recebimento vinculados a duas recompensas fixas (R$500,00 e 100.000,00); cada recompensa imediata variou em 13 valores entre 5% e 95% do valor fixo tardio. As punições altruístas foram determinadas pela taxa de rejeição das ofertas do Jogo do Ultimato. A partir das decisões feitas nas Escolhas Intertemporais, foram determinados os descontos temporais e categorizados os grupos com baixas, médias e altas escolhas imediatas. Descobrimos que os indivíduos que esperaram por recompensas maiores também rejeitaram ofertas menores, mesmo que positivas, por uma percepção de injustas. Esses indícios indicam que os participantes do estudo exerceram a punição altruísta em resposta à falta de cooperação, como uma reação de autocontrole.