Gene Musashi-1 em meduloblastoma de grupo 3 e 4

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Chagas, Pablo Ferreira das
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-11042022-141239/
Resumo: Os Grupos 3 e 4 são os subgrupos moleculares de meduloblastoma (MB) que apresentam altas taxas de disseminação leptomeníngea e maior frequência ao diagnóstico, respectivamente. Por conseguinte, são considerados, em conjunto, os mais mortais dos subtipos de MB. Até a presente data, é notado uma escassez de biomarcadores e caracterizações de vias de sinalização celular associadas a biogênese destes tumores. Todavia, embora seja descrito que a via Notch encontra-se alterada em MBs de Grupos 3 e 4, as principais causas desta desregulação permanecem desconhecidas. A proteína de ligação ao RNA Musashi-1 (MSI1), é um regulador da expressão gênica à nível pós-transcricional, descrito como marcador de célula-tronco neural, biomarcador de pior prognóstico e/ou promissor alvo terapêutico em diversos cânceres. Ademais, é reconhecido que MSI1 pode realizar cross-talks com moléculas da via de sinalização celular Notch. Neste estudo, foi investigado o papel biológico e funcional de MSI1 na carcinogênese de MBs Grupos 3 e 4 in vitro. Em adição, foi avaliado seu papel como efetor de cross-talks com a via Notch. Inicialmente, foi avaliado o perfil da expressão gênica e proteica de MSI1 por qRT-PCR e imunohistoquímica em nossa coorte de pacientes pediátricos com MB, e por análises in silico utilizando os valores de expressão de banco de dados públicos de amostras de MBs pediátricos. Em seguida, foi realizado o knockdown de MSI1 por shRNA na linhagem celular D283 Med (MB Grupo 3 e 4), sendo estas células utilizadas para os ensaios funcionais combinado ao tratamento com cisplatina, e para o sequenciamento de RNA. Foi identificado a hiperexpressão de MSI1 nos MBs de Grupos 3 e 4. Posteriormente, o knockdown de MSI1 induziu uma diminuição da expressão de p21, atenuou a viabilidade celular, promoveu a quimiosensibilidade celular frente ao tratamento com cisplatina e aumentou a taxa de apoptose das células D283 Med. Interessantemente, foi observado um aumento da expressão gênica e proteica de Notch-1 após o knockdown de MSI1. Ademais, as análises de enriquecimento de vias demonstraram o impacto do silenciamento gênico e proteico de MSI1 na alteração de importantes processos associados aos principais hallmarks do câncer. Em conclusão, os resultados do presente estudo são os primeiros a demonstrar que MSI1 além de ser um promissor biomarcador de diagnóstico para os MBs de Grupos 3 e 4, atua também na modulação da expressão de genes chave da via Notch nestes tumores subgrupo-específico. Além disso, o knockdown de MSI1 combinado ao tratamento com cisplatina pode oferecer uma estratégia em potencial para pesquisas futuras de terapia individualizada para os pacientes diagnosticados com MBs de Grupos 3 e 4.