Influência dos escores de ansiedade e depressão nos limiares de dor nos pacientes com enxaqueca e controles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Brancucci, Rosana Tieka Miyazaki
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-02092024-152430/
Resumo: Introdução: Este estudo propõe uma metodologia para avaliar o limiar de dor à pressão (LDP) da enxaqueca, destacando a importância de medir o seu impacto e a correlação com os sintomas de depressão e ansiedade. Objetivo: Avaliar os limiares de dor à pressão (LDP) em indivíduos sem diagnóstico de enxaqueca, pacientes com enxaqueca episódica e crônica. Além, de investigar a influência da ansiedade e da depressão nesses limiares. Método: Utilizamos um desenho de estudo transversal com os grupos: indivíduos sem enxaqueca, com enxaqueca episódica e com enxaqueca crônica. Os LDPs em kilopascal (KPa) foram mensurados usando um algômetro digital nas áreas cefálicas (bilateralmente temporal, masseter, occipital e centralmente frontal e vertex). E para os parâmetros dos sintomas de depressão e ansiedade foram avaliados por meio de questionários padronizados - Patient Health Questionnare (PHQ-9) e Generalized Anxiety Disorder (GAD-7). Resultado: Os valores de LDPs (KPa) apresentaram diferenças significativas entre os grupos, com valores decrescentes de LDP (KPa) em pessoas sem enxaqueca, com enxaqueca episódica e com enxaqueca crônica, respectivamente, evidenciando a sensibilidade dolorosa aumentada nos pacientes com enxaqueca crônica. No grupo total, os escores de PHQ-9 e GAD-7 apresentaram diferenças entre os três grupos. Pessoas sem enxaqueca tiveram menor frequência de depressão comparada com pacientes com enxaqueca (episódica e crônica) (p<0,001). Também foi observado que indivíduos sem enxaqueca apresentaram ansiedade leve em 66,7% dos casos, enquanto no grupo de enxaqueca episódica e crônica essas porcentagens foram de 33,3% e 20% respectivamente (p<0,001). Dos pacientes com enxaqueca crônica, 24,4% deles apresentaram sintomas maiores de depressão comparados com aqueles com enxaqueca episódica (19,3%) e sem enxaqueca (2,1%) (p<0,001). Na análise separada por grupo de estudo, não se encontrou correlação entre estas variáveis no grupo sem enxaqueca e enxaqueca episódica. Já, no grupo de enxaqueca crônica, o PHQ-9 e GAD-7 apresentaram correlação de fraca à moderada no LDP do masseter, assim como no LDP do vertex somente com o PHQ-9. Conclusão: A pesquisa evidencia uma complexa relação entre sensibilidade dolorosa, enxaqueca e sintomas de depressão e ansiedade, onde a enxaqueca crônica parece estar associada a uma sensibilização central e periférica, modificando a percepção da dor e possível influência dos sintomas de ansiedade e depressão, com maior atuação da depressão. Os resultados enfatizam a importância da algometria para identificar alterações na sensibilidade dolorosa relacionadas ao ciclo da enxaqueca e enfatiza a necessidade de futuras investigações, particularmente estudos longitudinais, para elucidar as relações observadas