Avaliação microbiológica de queijos minas artesanais provenientes da Serra da Canastra durante e após o período de maturação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campos, Gabriela Zampieri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-03122019-125240/
Resumo: O queijo minas artesanal da Canastra é produzido na região da Serra da Canastra por pequenos produtores, sendo que alguns são cadastrados no Programa Queijo Minas Artesanal (PQMA) do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Por ser fabricado com leite cru, é importante que os patógenos que podem ser veiculados sejam controlados durante e após o período mínimo de maturação do queijo de 22 dias. Este trabalho avaliou as características microbiológicas de queijos obtidos de 78 produtores rurais da região da Canastra após a maturação e de três produtores rurais durante maturação. As contagens de coliformes totais, Escherichia coli e Staphylococcus coagulase positiva foram realizadas em placas Petrifilm® (3M). A detecção de Salmonella spp. foi realizada utilizando o método ISO 6579: 2002 e por PCR convencional e Listeria monocytogenes foi investigada de acordo com o método ISO 11290-1:1996/(A) 1: 2004 e PCR convencional. A contagem de Enterobacteriaceae foi determinada pelo método APHA 9.62: 2015. As mensurações de pH foram realizadas de acordo com o método IAL 017/IV em pHmetro digital BEL engineering e aferidas diretamente com pHmetro Hanna Instruments e a atividade de água (aw) em analisador Aqua Lab. No estudo realizado ao longo da maturação, as análises indicaram que as amostras, todas provenientes de produtores cadastrados no PQMA, atingiram os limites estabelecidos pela legislação antes dos 22 dias de maturação. Houve diferença significativa (p<0,05) no pH das amostras ao longo da maturação, embora este parâmetro não tenha correlação com as contagens analisadas. Já no estudo pós maturação, os resultados mostraram que 54% das amostras dos produtores cadastradas e 65% das amostras dos produtores não cadastradas no PQMA não atenderam a pelo menos um parâmetro microbiológico exigido pela legislação. As contagens obtidas para Enterobacteriaceae variaram de <1 a 6,6 log UFC/g, para coliformes totais de <1 a 6,4 log UFC/g, E. coli de <1 a 5,8 log UFC/g e Staphylococcus coagulase positiva de <1 a 7,6 log UFC/g. Em nenhuma amostra foi encontrada Salmonella spp e L. monocytogenes foi detectada e confirmada por PCR em uma amostra analisada. Os valores obtidos de pH e aw estratificados em grupos que atendem e não atendem a legislação não mostraram diferença significativa, sugerindo que esses parâmetros não são bons indicadores de qualidade microbiológica do produto. O elevado número de não-conformidades indica que são necessários esforços para melhoria das condições higiênico-sanitárias refletidas por meio dos indicadores microbiológicos. O registro no PQMA mostrou-se efetivo durante o estudo da maturação, mas não teve o mesmo resultado no estudo mais abrangente realizado pós maturação. São necessários mais esforços dos produtores (cadastrados e não cadastrados) bem como dos órgãos reguladores para melhoria dos indicadores microbiológicos.