Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Lima, Henrique Rocha de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-11092018-093709/
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo principal posicionar o conceito de desenho de escuta. Para tal, articula-se uma composição teórica situada na convergência entre estudos do som, etnografia de mídias, pesquisa em criação artística, e filosofias críticas da representação. Neste início de século XXI, a escuta é empregada explicitamente como um bem material e imaterial distribuído entre mercantilização de audiências, pesquisa em arte e debate ético. Para situar a noção de desenho de escuta como um operador conceitual que responde a este contexto, o trabalho divide-se em duas grandes partes: a primeira parte posiciona o problema geral da tese mediante a descrição de dispositivos de poder que formam políticas majoritárias da auralidade; a segunda parte desdobra o conceito de desenho de escuta como um operador e um designador de variações do agenciamento aural. Na primeira parte, descreve-se uma variedade de situações materiais de consumo de áudio no contexto do complexo militar-entretenimento, particularmente no ambiente de consumo fonográfico online. Neste contexto, analisa-se um dispositivo paradigmático de racionalização instrumental da escuta, e apresenta-se a necessidade teórica de se pensar uma áudio virologia. Na segunda parte, aprecia-se uma transformação epistêmica em curso no âmbito da pesquisa em música no Brasil; e descreve-se a noção de otografia, núcleo conceitual da produção artística que desenvolvi ao longo desta pesquisa de doutorado. A metodologia analítica permite constatar, na primeira parte, a transição de um regime de regulação moral da escuta musical baseado na disciplina para um regime baseado no controle; Na segunda parte, o assunto principal é uma diversidade de pesquisas artísticas que ativam o particular e o local como dimensões a serem recontextualizadas no âmbito da pesquisa em arte. O pressuposto básico desta tese é o de que a escuta é uma prática a ser pensada primordialmente em termos de agenciamento de desejo. Tal pressuposto conduz o trabalho a eleger a esquizoanálise como o seu principal aliado teórico, o que lhe permite esquivar-se de uma série de binarismos usualmente pressupostos pela discursividade acadêmica, tais como natureza e cultura, local e global, musical e extramusical. O desenho de escuta é necessariamente uma prática e um conceito: uma prática de consolidação de territórios existenciais específicos em função dos meios materiais agenciados; e um operador de linguagem, mediante o qual se pode elaborar um saber enunciado a partir do corpo, de ações particularmente significativas, de devires. |