Resumo: |
O presente trabalho se trata de uma reflexão teórica localizada na intersecção entre os campos da música, das artes sonoras e dos estudos do som, que pretende discutir os limites da escuta a partir de formulações teóricas de um grupo selecionado de autores. Nele comento diferentes posições sobre a escuta e o som, com enfoque em questões epistemológicas, estéticas e políticas, surgidas em diferentes contextos. O primeiro deles é o contexto da música concreta no GRM de Paris entre as décadas de 1950 e 1960, discutido a partir do trabalho de Pierre Schaeffer, que tornou-se um paradigma para o campo da música eletroacústica. O segundo capítulo trata do trabalho de Michel Chion, a partir da década de 1980, que até hoje é fundamental para o pensamento sobre som no audiovisual, de maneira bastante acrítica. Outro contexto, discutido no terceiro capítulo é o dos estudos da paisagem sonora desenvolvido na Simon Fraser University, na década de 1970 e que se torna um conceito chave para o campo de estudos do som, passando por diversas revisões. Faço a discussão a partir de textos de Murray Schafer e também do grande conjunto de trabalhos críticos a noção de paisagem sonora desenvolvidos desde então no campo dos estudos do som. Por fim, trago para a discussão o contexto atual de debate de teorias do som, bastante rico, que se dá no meio acadêmico internacional ligado a arte sonora e aos estudos do som. Este contexto atual é representado aqui por quatro autores de destaque: Christoph Cox, Marie Thompson, Steve Goodman e Rodolfo Caesar. Espero, através desta revisão crítica de conceitos, contribuir com o debate crítico neste campo híbrido da Sonologia no Brasil. |
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